Escapando das consequências

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Mensagem  Nathaniel Bennett Seg 21 Out 2019, 15:47



Finalmente chegamos no hotel. Não era dos melhores, tão pouco dos piores. Mas bom, o quarto que eu escolhi era o mais barato. O check-in era rápido e bem dolorido pra mim, ao menos mentalmente. Pegamos o hotel e descemos entre o primeiro e o segundo andar. Quarto barato, lembra? Eu te levo no colo, caso você ainda esteja tonta e aceite ajuda. Se não, fico por perto, para poder te amparar, caso você se sinta tonta.

O quarto era o mais simples possível. Duas camas de solteiro, com um televisor e ar condicionado. Um pequeno banheiro, anexo ao quarto, com uma banheira que mal cabia uma pessoa deitada. No mínimo o pior quarto que alguém como você já esteve, Paige. É claro que, por ser o Four Sesons, a decoração, ainda que simples, não era das piores, assim como as camas e travesseiros pareciam ser bem confortáveis. O chão acarpetado era agradável aos seus pés descalços. Assim que entro no quarto eu ligo os interruptores, deixando o lugar iluminado. Finalmente me volto para você, Paige, te vejo entrar no quarto - Paige... Eu... - Eu travo para falar. O que vou falar? Que eu sei que não era assim que você esperava que a noite acabasse? Que, por mim, a gente estaria dançando e se beijando na festa? Mas que, ao mesmo tempo, ao te ver mal, eu fiquei tão preocupado que precisei te tirar de lá, com medo que seus "amigos" aprontassem algo com você? Que tive medo de você cheirar mais ainda, e ficar pior? Tudo isso passa pela cabeça, rapidamente. Meu lapso é de alguns segundos, mas minha mente vai longe - Talvez seja melhor você tomar um banho, para... Baixar de vez o efeito e você ficar com mais raiva de mim. Tem tudo o que você precisa no banheiro, eu pedi... - Respondo, ainda com um sorriso sem graça, conforme caminho até o pequeno criado mudo e ligo o televisor em qualquer canal de notícias. Bom já me viu sem graça? Não, né? Está vendo agora. Planejar é fácil. Executar já é outra conversa.
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Mensagem  Paige Moreau Seg 21 Out 2019, 16:31

Não demoramos a chegar ao hotel, eu abro de leve os olhos e de imediato reconheço o Hotel, já fui em uma festa para caridade na cobertura, lembro perfeitamente do local, e lembro também de como meus amigos foram imbecis naquela festa.

 
E eu me inclui nesta equação de imbecilidade.
 
Minha cabeça está começando a voltar a funcionar, e isto me faz pensar em quanto estupidez já fizemos.
 
Descemos do Uber, e eu não nego o colo, desta vez eu me comporto, vou quieta, os braços envolta de seu pescoço, a recepção não faz muitas perguntas, e não fazem muita questão ainda mais depois do quarto que você escolheu.
 
Finalmente chegamos ao quarto, você me cola ao chão, e eu passo os olhos pelo quarto.
 
Pequeno, modesto.
 
Simples.
 
Nada do que eu estou acostumada.
 
Nem consigo pensar o sacrifício que é para você nos colocar naquele ambiente.
 
Tão pouco o quanto estou te dando trabalho aquela noite, Nate.
 
Para pessoas como eu.
Este cavaleirismo e bondade toda não tem valor.
 
Acho que...posso dizer que.
 
Bom.
 
Se não fosse a devida situação, talvez eu realmente nem te olhasse, e eu seria a Paige que você viu quando eu desci do carro.
 
A mesma que encara aquele quarto naquele momento.
 
E depois eu olho meus próprios pés, sujos de andar descalça por ai, sujando o carpete do local, eu suspiro fundo como se me desse conta agora de como isto é primitivo.
 
Você fala comigo e eu demoro a olhá-lo, ainda encarando meus pés sujos.
 
E então você fala sobre eu tomar um banho, e ficar com mais raiva dele, fala que tem tudo que eu preciso no banho.
 
E eu finalmente ergo o rosto e volto os olhos a você Nate, sempre aquele olhar fixo, fundo, sem ressalvas.
 
Eu fico o encarando algum tempo, sem conseguir falar nada.
 
Do mesmo modo que você também parece se enrolar nas palavras e pensamentos.
 
- Tá...
 
Eu digo também sem um rumo definido, como se tomar banho fosse a melhor ideia da noite, ou a única que resta.
 
E finalmente caminho na direção do banheiro.
 
Em pouco tempo a porta se fecha, e é questão de segundos até você ouvir o som do chuveiro.
 
Neste meio tempo você começa a ouvir o noticiário Nate, e alguma coisa ali te chama a atenção.
 
“Suellen Morgan continua desaparecida, a policia ainda não se pronunciou, devido a importância da família da jovem há rumores que o FBI será acionado, caso você saiba qualquer noticia sobre a jovem, favor entrar em contato nos números abaixo.”

A foto de uma bela jovem ruiva era exibida junto ao numero de contato.
 
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Mensagem  Nathaniel Bennett Seg 21 Out 2019, 17:02

Não faço ideia do que passa pela sua cabeça, Paige. Na verdade eu fico até com certo receio que você se incomode com o quarto ou algo assim, afinal você tem dinheiro para comprar o hotel inteiro, se assim quiser (eu ao menos imagino isso). Te carrego no colo pelo hotel com o mesmo cuidado e carinho de sempre, até te acomodar com cuidado no chão. Eu ainda fico perdido, pensando em como vou pagar o cartão esse mês, além de ficar sem jeito agora, sem saber o que falar. Você está ficando racional novamente e talvez fique revoltada comigo por eu ter feito isso. De qualquer modo, realmente não importa. Mas eu vejo como você encara o quarto. O que me faz ficar ainda mais desconcertado. Não o bastante, vejo como você encara seus pés, vendo como a terra sujava o carpete claro. Sugiro o banho e é quando você volta e me encara. Como encarou na primeira vez, na recepção. Confesso que sinto seu olhar mais pesado sobre os meus agora... Talvez por conta do quarto, ou da situação, sei lá... Só sei que, ao menos nesse momento, eu não consigo retribuir seu olhar, e é por isso que me foco no televisor. Finalmente você vai para o banho, conforme eu suspiro, ouvindo a tranca se fechando. Apanho o celular, ouvindo as notícias, vendo aquela ruiva desaparecida. Suellen Morgan. Família importante. FBI. Se fosse um pobre, o FBI nunca apareceria, não é? Nem preciso conhecer a garota para saber que ela, ou a família dela, deve ter muito dinheiro. Apanho o celular e mando outra mensagem para Benji, perguntando se estava tudo bem. Então vejo outra mensagem, levando o celular ao ouvido para ouvir a mensagem. Abro um meio sorriso e finalmente respondo, falando em um tom mais baixo, mesmo que fosse impossível para você ouvir do banheiro, Paige - Também sinto sua falta, princesa. Vê se dorme, ok? Te amo... Beijos... - E então travo a tela do telefone e o jogo no criado mudo da "minha cama". Me levanto e apanho o pacote de lenços umedecidos, limpando as manchas que você deixou no chão rapidamente. Se foi aquilo que te incomodou, bom... Não incomodaria mais. Logo me livro do colete e o deixo pendurado ali, no pequeno guarda-roupas. E então me volto para a ampla janela do quarto, olhando para a "paisagem". O andar era baixo, então eu via a rua movimentada. Carros. Pessoas passando. Enquanto eu só consigo pensar no quanto vou gastar no cartão neste mês. Que o líquido que dissolveria a cola das presas postiças ficou em Duxhill. E em Paige, nua. Seria bom não pensar nisso agora, Nate.
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Mensagem  Paige Moreau Seg 21 Out 2019, 17:26

Não se preocupe, Nate.
 
É mutuo.
 
Eu também não sei o que diabos se passa pela minha cabeça.
 
Mas seria bom que ela voltasse ao menos a pensar.
 
E então eu pensaria porque diabos ando usando estas coisas e a que droga de objetivo quero chegar.
 
Não sou o tipo de pessoas que procura saídas fáceis, talvez quando eu chegar ao fim daquele poço eu realmente entenda o quanto estou desesperada.
 
Por hora meus pés sujos parecem me incomodar mais do que qualquer coisa ali.
 
Eu ergo o rosto quando você fala do banho, e meus olhos vão em busca dos seus, como sempre fazem, não com a intensidade ou supremacia de antes, eles parecem cansados agora.
 
E eu não encontro os seus, desta vez você não rebate o desafio, se foca no televisor, enquanto eu digo algo que sugere que eu concorde com a ideia do banho.
 
A certeza você só tem quando ouve a porta bater.
 
Você sabe Nate, aquelas drogas, fazem você ir do Paraiso ao Inferno em um piscar de olhos, ficar melancólica ou mais calada é outro efeito delas.
 
Te deixo sozinho no quarto, com as noticias da ruiva desaparecida e a certeza que o mundo gira em torno dos ricos, e eles sempre vão ter mais facilidades.
 
E fato, se fosse um pobre nem estaria no noticiário.
 
Eu mal poderia imaginar que você falaria com alguém ao celular, e ainda mais daquele modo.
Quanto tempo devo ter ficado ao banheiro?
 
Quando tempo você ficou na janela tomado por mil pensamentos?
 
Difícil dizer, a porta do banheiro finalmente se abre, e eu saio do mesmo.
 
Uso um roupão fechado ao corpo, o mesmo fica na altura dos joelhos e tem mangas longas, assim como todo o quarto, denota conforto e limpeza.
 
Chuto de leve o vestido e os tules para o canto do banheiro, e logo caminho pelo quarto, paro onde antes eu havia sujado com os pés, e encaro a mancha de limpeza ao tapete, supondo que você o havia limpado, arqueio a sobrancelha sem entender.
 
Porque.
 
Eu jamais faria isto.
 
Limpar um tapete.
 
E finalmente eu caminho até você Nate, parado em frente a janela.
 
Tenho agora os cabelos molhados, escorridos pelo rosto, ombros e costas, o rosto tem poucas marcas de maquiagem, mas ainda assim não consegui tirar tudo sem os produtos certos. Os olhos ainda estavam tomados pela marca do lápis, e havia vestígios do que antes era uma belíssima maquiagem que ornava com a fantasia.
 
E minha expressão oscila entre a recuperação do controle completo, e melancolia que as drogas me conferem.
 
Me coloco ao seu lado na janela, e olho para onde você está olhando.
 
Quando finalmente viro o rosto e o encaro, se é que o encontro.
 
Ou você ainda vai fugir?...
 
Fato é que eu não vou fugir de quem eu sou, não completamente.
 
Eu não escuto noticiário algum, quando chego ao quarto, o jornal já se foca na previsão do tempo, e meu foco está em você.
 
Eu te encaro alguns instantes sem falar nada, sempre aquele olhar profundo.
 
Talvez eu esteja procurando o Tenente seguro de si com resposta para tudo no mesmo local que você procura a Marquesa manipuladora.
 
Talvez estejamos perdidos mesmo, dentro daquele final de noites, final de papeis e jogos.
 
E so Deus sabe o que se passa pela minha cabeça enquanto te encaro.
 
Se te xingo, ou te agradeço.
 
Se te acho notável pelo que fez
 
Ou um idiota que perde uma oportunidade.
 
Alguém que me roubou sensações únicas que aquela noite poderia ter.
 
Ou alguém que simplesmente me salvou delas.
 
Você então consegue sentir a minha mão se acomodar a sua, sem entrelaçar os dedos com a intimidade de antes, que parece ter ficado da porta para fora daquele quarto.
 
Mas com sinceridade, com uma vontade genuína, de dividir aquele momento com você.
 
- Obrigada....
 
É o que eu digo, enquanto os olhos ainda ficam sobre os seus, e meu movimento não exibe a malicia de sempre, ou a provocação, ou o convite a um jogo de gato e rato que acabaria na festa que nunca fomos.
 
Ou nos momentos que nos privamos.
 
Escolha sua, Nate.
 
Pro bem ou pro mal.
 
Eu simplesmente agradeço.
 
Agora que toda aquela loucura foi embora, e eu tenho um novo personagem em cena.
 
Ou talvez um novo momento com você.
 
Difícil dizer, fato é que após algum tempo eu desvio o rosto, e encaro o movimento da avenida, morde de leve o lábio inferior pensativa e finalmente sussurro.
 
- Agora sim, Sr Bennet, a noite está depressiva...

Digo sem te olhar, encarando as pessoas lá embaixo, enquanto meu rosto se ergue e finalmente meu nariz se empina, e minha postura pouco a pouco vai retornando.

Tudo muda, Nate.

Meus ombros, minha postura, a forma como meus pés se posicionam, ou até como os cabelos se alinham em perfeição atrás da orelha, mesmo molhados.

Como o pescoço fica mais delgado quando o ergo, e o colo mais convidativo, embora mais coberto.

O tronco todo parece tomar uma postura da realeza mesmo, é algo único, genuino.

Que somente quando estou fora de mim eu deixo esvair pelos meus dedos.

Dizem que perfeição está no sorriso.

Na leveza do corpo que transita sem culpa, sem sufoco.

Que a beleza está nos momentos únicos, quando sentimos que tudo tem mais valor, que todos os sentidos ficam aguçados implorando para tomar cada uma daquelas emoções que estamos vivendo.

E era exatamente assim que eu estava antes.

Longe de toda a postura de realeza, da perfeição dos traços exóticos, do olhar forte, e da reprovação continua.

Eu estava dançando em meio as amarras que eu havia soltado, e estava vibrando em meio a minha própria risada.

Mas para nós, Nate.

A perfeição é mais incomoda, são os ombros alinhados, o nariz empinado, os olhos grandes e trancados, o deslizar calculado, os passos ensaiados, a postura impecável.

E agora que oscilamos entre os dois mundos, enquanto ainda estou entorpecida pela sensação passada....

o que diabos somos?
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Mensagem  Nathaniel Bennett Seg 21 Out 2019, 18:03

Sim, eu sei que o efeito rebote daquela droga era esse. Mas eu não tenho experiência em lidar com isso, lembra? É estranho. Se a Paige risonha e louca estivesse comigo no quarto, talvez eu me sentisse mais a vontade. Mas você está próxima da Paige que vi adentrando a recepção, e isso sim me deixa um tanto... Intimidado, provavelmente como fiquei naquele dia. Sem ombros caídos ou atitude derrotista, é bom ressaltar, mas sim, intimidado.

Aproveito o tempo livre para continuar arrumando as coisas por ali. Regular o ar condicionado para o quarto ficar aquecido. Pedir comida para você, algo leve, deduzo, afinal era quase como uma ressaca, certo? Finalmente a porta se abre e você sai do banho. Eu me viro para você, vendo como você chuta o vestido e os tules para o canto, caminhando pelo o quarto. Chego a arquear a sobrancelha quando você encara a ausência de mancha no tapete. Não entendo porque você não entendeu. Pareceu te incomodar, eu limpei, simples, eu acho. Sua cama já estava pronta para te receber, Paige, com um pesado edredom branco. Mas você não vai para ela, você vem para mim. Eu mantenho os olhos sobre você, conforme você se aproxima. É bizarro, mas... Eu te acho mais bonita agora do que em todas as vezes que nos encontramos. Sua beleza natural, ainda que maculada pelos vestígios da maquiagem, era de tirar o fôlego. Sem falar nos cabelos molhados... Devo ter algum tipo de tara por mulheres com os cabelos molhados. Não me pergunte, eu também não entendo. Logo você se coloca ao meu lado e encara a rua. Um sorriso ameaça a tomar meus lábios, mas eu o contenho, resmungando - Bela vista, uh? - Sim, era uma merda. Todos queriam ficar nos últimos andares, vendo a floresta de pedra, ou mesmo o litoral. A gente só conseguia ver a cabeça das pessoas, táxis e mais táxis rodando, além de carros e ônibus. Você vira o rosto, para me encarar. E desta vez eu não desvio porque, bem... Aquele tempo do seu banho coloca meus pensamentos em ordem. Eu sou assim, Paige. Esse quarto é o que eu consigo pagar chorando. E eu não sou do tipo que vai achar que, quando a garota que está comigo se droga, que tirou a sorte grande. Por isso, não, desta vez eu não desvio os olhos. Você não foge de quem você é, e eu te devolvo a gentileza. Ficamos por quanto tempo ali, nos olhando, sem dizer nada? Não importa. Ao menos o peso da situação amenizou. Então eu sinto sua mão tomar a minha sem, contudo, entrelaçar os dedos aos meus. Seguido do agradecimento. Você não toma meus dedos, mas eu tomo os seus, Paige. A intimidade não ficou da porta para fora, tão pouco o carinho que eu estava tendo contigo - Não por isso... - Respondo de pronto, conforme me inclino e beijo demoradamente sua testa. Sim, foi minha escolha terminamos a noite assim e, no fundo, estou satisfeito com ela, Paige, afinal você está bem melhor agora.

Você então desvia o olhar e diz que a noite está depressiva. E, sinceramente? Eu sei que, se eu não fizer nada, só vai piorar. É por isso que, como antes, eu avanço sobre você, Paige. Segundos após ver como você retomava sua postura. Como seus ombros pareciam assentar-se confortavelmente em suas escapulas, te dando uma postura de modelo de passarela. Em como seu queixo empinava, lhe dando aquele ar superior e empinando o seu já empinado e perfeito nariz. Você volta a ser a garota da realeza. E eu? Eu volto a ser o plebeu que, sem noção do perigo, ousa se aproximar e tocar a marquesa. Sim, marquesa, você era da realeza, Paige, mesmo sem sua fantasia. Eu desfaço o contato de nossas mãos para te pegar no colo, como diz a noite inteira, em um movimento rápido - O quê? Claro que não... É agora que a noite começa, minha querida francesa. Temos um banquete esperando por você! - Acrescento, conforme, com um ou dois passos, me aproximo da cama e te acomodo ali. Assim que te coloco sentada, me levanto e me aproximo da prateleira próxima da porta, apanhando a bandeja que eu havia pedido. Você pode ver, sobre o inox, um grande copo de suco de laranja. O prato estava oculto pela grande e redonda tampa, que eu retiro assim que coloco a bandeja sobre suas coxas. Eram torradas, com pequenos potes de manteiga ao lado, além de um croissant recheado. Eu me sento na minha cama, olhando para você - Fora que, pelo o que olhei do catálogo, podemos assistir... - Eu apanho o catálogo novamente - Capitã Marvel... Provavelmente eu vou querer me matar com os furos na história, todo filme com aviões eu surto com as idiotices que eles fazem, mas... É chato, não depressivo... - Dou de ombros, te olhando com um meio sorriso.
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Mensagem  Paige Moreau Seg 21 Out 2019, 21:38

Então eu prefiro esta Paige, Nate.
 
A que deixa o tenente intimidado.
 
Tenha a certeza que a Paige risonha e que não mede consequências não é a minha preferida.
 
Aliás.
 
Eu não gosto dela.
 
Em hipótese alguma gostaria.
 
Saiu do banheiro, após chutar minha fantasia para o canto, como se realmente quisesse me ver livre desta, e então caminho até o quarto, mas paro ao ver que você limpou a mancha, te olho sem entender, porque...pra mim. Não tem o menor cabimento, você podia muito bem deixar que um empregado do local fizesse isto. Porque diabos você se preocuparia com isto?
 
É. As vezes nossos mundos diferentes se chocam, Nate.
 
Eu então vou na sua direção, deixando por hora a cama confortável de lado, vejo como você me olha, percebo que você me admira daquele jeito. Sem maquiagem, ou pior, com o vestígio do que foi uma, cabelos molhados, rosto limpo, ou quase, olhos tomados pela luz do quarto, usando somente o roupão felpudo do hotel.
 
E sim, os cabelos estão molhados, escorridos, colocados para trás das orelhas, divididos ao meio e exalando aquele cheiro de shampoo, de frescor. Eu apenas me aproximo, me colocando ao seu lado e encarando a rua, você fala aquilo, e eu suspiro fundo.
 
O que vou dizer? Já tive melhores, já cansei de estar na cobertura deste lugar e ter a melhor vista que ele pode proporcionar? Nem de perto com vistas maravilhosas que eu tive. Que agora eu me dou conta que não dei o menor valor.
 
Só passei por elas, como passei por muita coisa em minha vida, que agora entendo um pouco que deveria ter me demorado ali.
 
E ter apreciado a vista, como você estava apreciando quando eu entrei no quarto.
 
E talvez eu não consiga ser como você, Nate. E enxergar a beleza nas coisas simples, e no meu rosto com vestígio de maquiagem, nos cabelos molhados, e na vista do segundo andar...No fundo, eu sei que você sabe que nem de longe é a melhor vista, mas você enxerga a beleza ali, uma que eu jamais vou ser capaz de ver.
 
Finalmente eu viro o rosto e busco seus olhos, te encarando daquele modo, vendo que finalmente você se voltava para mim. E bom...ficamos um tempo ali, tempo para nos recobrar, tempo para nos lembrar de quem somos, e de como aquela troca de olhares nos coloca nos eixos.
 
Estranhamente, nos coloca.
 
Errado é quando você não me encara de volta ou eu rio como boba.
 
Finalmente eu coloco a mão sobre a sua, e te agradeço, vendo como você toma meus dedos, entrelaça os mesmos, reforçando aquela intimidade, que eu achei sim, ter ficado lá fora, que eu não estava mais conseguindo encontrar depois de...
Bom...
 
Caminhar descalça por um cemitério ou quase me despir em um Mausoleo.
 
Mas você resgata tudo isto com aquele toque em minha mão, aquela certeza que ainda estávamos ali, no ponto que paramos, ou mais profundamente.
 
Meus olhos apenas seguem seu movimento de se reclinar e beijar minha testa, e eu suspiro fundo, como sempre faço quando você faz isto.
 
Sem saber se te xingo ou te agradeço.
 
De novo.
 
Eu desvio os olhos a rua, e finalizo dizendo que agora sim a noite esta depressiva. No mesmo segundo que retomo minha pose.
É insano, não?
 
Como eu me transformo a sua frente, me recobro, me retomo, me reintero Marquesa.
 
Ergo rosto e o nariz, mas é meu corpo que fala por mim, me devolvendo tudo aquilo que você viu eu perdendo segundo a segundo enquanto a droga agia. Tudo passa em segundos, segundos em que eu era a garota frágil que havia tomado banho e se abrigado naquele hotel, usando um roupão apenas.
 
É como se o roupão se tornasse um traje nobre, e como se eu estivesse perfeita, com o penteado perfeito e o rosto perfeito. Tudo voltava a seu lugar.
 
E você novamente, me apanhava daquele jeito, soltando minha mão, e me tomando no colo como fez diversas vezes na noite, e enquanto você fala, meus olhos se erguem ao seu, e eles te devolvem o tom de reprovação, ainda não é provocativo como antes, mas a reprovação é genuína, e é exatamente o mesmo tom de antes.
 
Enquanto as mãos e acomodam a seus ombros com calma, e o rosto se mantem erguido, você fala de banquete. Logo me coloca a cama, eu fico sentada a mesma, dobrando as penas de lado, uma sob a outra, o tronco reto, postura.
 
E logo os olhos te seguem, enquanto você apanha a bandeja na prateleira e vem me servir, colocando-a sobre minhas coxas, eu mantenho os olhos sobre você, ainda não encarando o que você me mostrava como “Banquete”. Você se senta a sua cama, falando do catalogo, e eu logo abaixo os olhos a minhas coxas, vendo as torradas, o croissant, e logo o copo de suco próximo.
 
Fico encarando aquilo enquanto te escuto falando sobre o filme, e sobre ser chato, mas não de depressivo, e finalmente eu ergo o rosto, enquanto te encaro alguns instantes e logo acomodo a mão espalmada sobre a cama, sem tirar os olhos de você, bato de leve duas vezes a mão a cama a meu lado. O rosto lentamente se tomba para o lado, não perde a postura, mas ao mesmo tempo não se empina agora. E gestos Nate, eles dizem tudo, não?...
 
Eu finalmente estendo a outra mão livre e apanho uma torrada, enquanto mantenho os olhos a seguir seus movimentos, aproximo a torrada dos lábios, mas a paro antes, e te encaro diretamente.
 
- Você não surtou com minhas idiotices, Nathaniel. Acho que sobrevive a um filme....
 
Digo em tom baixo, sem tirar os olhos dos seus. E finalmente mordo a torrada, aceitando de bom grado a refeição.
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Mensagem  Nathaniel Bennett Ter 22 Out 2019, 11:48

Compreendo perfeitamente o porque você não gosta dela e, óbvio, ela não é nem um pouco saudável. Mas lidar com ela? É inegável que é mais fácil. Mas no fim isso realmente não importa. E eu não faço ideia que você estranhou o fato de eu ter limpado e não ter chamado um empregado. Sou adepto ao "Sujou? Limpe!", desde que me lembro por gente e é algo que foi reforçado pela doutrina militar.

Logo você deixa o banheiro e se junta a mim na minha "impressionante" vista. O comentário foi irônico, eu sei que a vista não é das melhores... Também não é das piores, ou eu não teria ficado tanto tempo olhando, mas é por isso que faço graça com aquele comentário. O cheiro de shampoo, com você tão próxima, é bem marcante. Aquele frescor do banho. Corpo limpo. É uma das coisas mais agradáveis que tem, na minha opinião. Logo nossos olhos voltam aquele eterno duelo que estávamos travando mas que, naquele momento, deixava o embate um pouco de lado, para dar lugar a um elemento norteador, que nos fazia encontrar nossos eixos. Eu perco um pouco a noção do tempo, do quanto tempo ficamos ali, nos olhando. Segundos? Minutos? Não sei. Logo você toma minha mão, de um modo mais formal... O qual eu ignoro, entrelaçando os dedos aos seus, mostrando que a intimidade que tínhamos não foi perdida, tão pouco ficou do lado de fora do quarto. Ela estava ali. Só a situação que era confusa. Você agradece. Eu desconverso e beijo sua testa, fazendo você suspirar daquele jeito esquisito seu, que não sei se te agradou ou não mas que, no fundo, eu não me importo. Beijaria sua testa do mesmo jeito.

Logo você falava da noite depressiva e, óbvio, eu sabia daquele efeito rebote da cocaína. E é por isso que preciso "fazer graça". Mesmo que eu seja péssimo nisso. Te assisto a recobrar a sua postura perfeita, e ela mal ganha vida, quando eu avanço para desfazê-la. Ou melhor, desafiá-la. Desafiar a marquesa em sua perfeição, com seu roupão real. Só eu para ousar algo assim. Eu brinco e você logo me dá aquele olhar de reprovação. Eu arqueio a sobrancelha, olhando para sua expressão, e não consigo conter a língua - Senti saudade desse olhar... - Comento de modo irônico, logo te colocando sentada na cama. Brinco sobre o banquete, logo servindo você. Afinal, você não comeria uma refeição completa, não é? Sei lá, depois de tudo aquilo, deve fazer mal ou algo assim. Você encara a comida e não se mexe. Como não se mexeu quando eu te dei a mão. Ou te convidei para voar. Vai vomitar na comida, é? Eu só tive dinheiro para pedir algo pra você, eu tô com fome!

Me foco em continuar a tentar te distrair daquela situação. Dos sentimentos pesados que deveriam estar agarrados em você. Você então bate na sua cama, com a mão espalmada, como quem pede para eu sentar ao seu lado. Não pede, não é? Você manda, Paige. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Você logo passa a comer, conforme eu me levanto e sento onde você indicou. Também vejo você comer e fico grato por isso, sinal que você estava a passos largos de sentir-se melhor - Ah não, eu sobrevivo fácil reclamando de tudo. Não sei se você me aguenta ... - Respondo com um meio sorriso, conforme aponto o controle para o televisor e escolho o filme no catálogo do hotel. Me sento na cama, pisando nos calcanhares dos sapatos, para retirá-los, revelando as meias pretas. Logo cruzo uma perna para fora da sua cama, ficando com a outro pé aina apoiado no chão. Sem hesitar eu passo o braço por trás dos seus ombros, já que estamos dividindo uma cama de solteiro, o espaço é bem diminuto. Apenas apoio o braço sobre seus ombros, não te guio pra mim nem nada assim, até porque, você está comendo.

Quando o logo da Marvel Studios surge na tela, eu pergunto, em tom mais baixo - Como você está se sentindo? - Pergunto, oscilando o olhar entre seu perfil e a tela.
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Mensagem  Paige Moreau Ter 22 Out 2019, 14:13

É...mundos diferentes, para você é natural, para mim é estranho.
 
Como te disse, cedo ou tarde eles sempre se chocam.
 
Em pouco tempo me junto a você aquela vista, que obvio que é umas das piores que já tive na vida, mas não é como se eu me preocupasse muito com isto, ou focasse o suficiente para comentar algo, isto não importava naquele momento.
 
Mesmo porque eu logo ergo os olhos aos seus, e desta vez você aceita o desafio, e mesmo que não seja naquela intensidade de antes, ainda assim, ficamos um bom tempo assim, tanto que nem ao menos sabemos precisar o quanto. Eu estendo a mão e toco a sua de modo formal, mas você logo desata tudo isto, entrelaçando os dedos da mesma forma que fizemos a pouco, você beija minha testa e eu te olho do mesmo modo.
 
E não dá para você saber se eu aprovo, se eu gosto, não dá para decifrar o meu suspiro.
 
Finalmente eu respondia aquela sua pergunta que tinha ficado em aberto, sobre a noite depressiva, ao passo que eu recobro minha postura, e volto a ser a Marquesa, mas sem aquela motivação toda do início da noite, melancólica até eu diria, você novamente desfaz isto tudo, quando me apanha no colo e me faz te olhar daquele modo que te reprova.
 
Os olhos ficam fixos aos seus, dando a você aquela visão novamente, como se eu soubesse o tanto que isto te atrai, e você deixa claro quando afirma ter sentido saudade desse olhar, eu nada respondo, deixo você me colar sentada a cama, e eu me arrumo ali, pernas dobradas de lado, tronco ereto, rosto erguido.
 
Mas logo eu baixo os olhos ao seu “banquete”, e novamente você não consegue saber o que eu estou pensando e o que vou fazer, exatamente como das outras vezes. Finalmente eu ergo o rosto, e bato de leve a mão a minha cama, como quem te chama para sentar ali.
 
Eu peço?
 
Eu mando?
 
Importa?
 
Eu finalmente apanho uma torrada a comendo, enquanto falo sobre sua reclamação, e você responde daquele modo, me fazendo sorrir de leve, deixando que você escolhesse o filme. Você logo se ajeita naquele espaço minúsculo, e então passa o braço em torno do meu ombro, eu me limito a terminar de comer a primeira torrada, ergo de leve o rosto e encaro a imagem na televisão, e então escuto aquela pergunta.
 
Eu viro o rosto de leve e novamente e deixo os olhos encararem seu perfil, sem me preocupar ainda em te responder de imediato.
 
- Nathaniel....
 
Digo enquanto apanho uma torrada com a mão livre, e logo a levo até sua boca, de um modo ou de outro, vou fazer você come-la, sem me preocupar em quebra-la, não é para que você a morda, e sim para que você a coma.
 
Eu suspiro fundo, e logo a mão livre vai até sua nuca, acariciando de leve ali, de modo a fazer meu corpo virar um pouco a cama, ficando ainda mais próximo de você, sem tirar os olhos dos seus, enquanto a ponta dos dedos deslizam de leve a sua nuca, a outra mão logo vai a gola da sua camisa, e a que estava a nuca apanha a outra gola.
 
Eu seguro a mesma alguns instantes, ainda te encarando nos olhos enquanto você deve estar mastigando aquela torrada, e logo as mãos descem de leve, ao passo que vão abrindo os botões de sua camisa conforme deslizam.
 
Pouco a pouco os botões vão se abrindo, e eu logo deslizo as mãos pela camisa, de modo a abrir a mesma de leve, revelando parte do seu peitoral, os olhos abaixam de leve a seu peito, olhando o mesmo, enquanto as mãos se espalma m ali, naquele diminuto espaço que a camisa entreaberta cria, eu quase chego a encostar uma na outra.
 
Eu logo volto a erguer os olhos buscando os seus, e então sussurro.
 
- Eu quero neste momento que você se preocupe em tomar um banho e depois volte aqui...
 
Digo em um tom ameno, enquanto desvio a atenção de você, e busco outra torrada, colocando esta também em sua boca da mesma forma.
 
Arqueio a sobrancelha e abro um sorriso leve.
 
Mas este.
 
Tem um toque de malicia, além de provocação. Chega até a marcar a covinha a bochecha, mas não o suficiente para ter um sorriso amplo.
 
Logo eu ergo o rosto, daquele modo que você já conhece e então deixo as mãos saírem por completo do seu corpo, abandonando o mesmo, enquanto só deixo o corpo cair para trás, deitando a cama, a cabeça se acomoda ao travesseiro, e os cabelos se espalham ao mesmo, você pode notar que neste movimento eu apanhei o controle da tv.
 
- Capitã Marvel pode esperar pela suas reclamações...
 
Digo enquanto aperto o pause a tv, e logo os olhos te encaram com um ar de quem te mandou fazer algo.
 
As pernas se dobram, se a preocupação que o roupão exponha as mesmas, visto que as dobro de modo comportado, sem vulgaridade.
 
É como se tudo fosse medido, calculado.
 
Para te deixar confuso.
 
E louco Nate.
 
No seu caso, sua droga é francesa.
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Mensagem  Nathaniel Bennett Ter 22 Out 2019, 17:10

Você faz ideia do que as pessoas sentem quando você faz esse olhar? Esse maldito olhar de que está decidindo se vai mandar a merda ou agradecer por algo. Aliás, você sabe sim, é por isso que você age deste modo. Depois daquele lapso todo você bate na cama, me chamando para sentar-se ao seu lado. Se você pede ou manda, realmente, não importa. Logo me sento ao seu lado, passando a mão sobre seus ombros, após ligar a TV e colocar o filme. Mas é quando eu pergunto como você está, é que você se vira e encara meu rosto de perfil, por pouco tempo, pois logo eu me viro para você, quando você diz meu nome. Chego até arquear um pouco a sobrancelha, já que você estava apanhando uma torrada - Meus amigos me chamam de Nate-... - Eu quase não consigo terminar a frase, porque você praticamente enfiava a torrada em minha boca. Eu cerro os olhos, sem entender muito bem, conforme você se virava, ficando meio que de frente para mim, tomando minha nuca em uma carícia, que em pouco tempo descia pelo meu pescoço, segurando o colarinho da camisa com ambas as mãos. Por um segundo ou dois eu chego a imaginar que você ia estourar os botões da camisa, pelo modo que você a segurou. Meus olhos não conseguem se desviar dos seus, conforme eu mastigo a torrada, tentando me livrar logo dela. Pouco a pouco você abre os botões e invade o interior da camisa. Chego a suspirar quando sinto sua mão contra meu peito. O contraste de temperatura entre sua pele e a minha era agradável de se sentir, principalmente pela maciez das suas mãos. Não haviam pelos em meu peito, e a musculatura é muito definida, afinal, os treinos dos Marines eram conhecidos por serem os mais intensos do mundo. Assisto seus olhos passeando pelo meu peito, até que você volta a me encarar - Banh--... - Desta vez eu nem consigo terminar, você me calava com outra torrada, conforme arqueava a sobrancelha e sorria levemente. Eu movo a cabeça negativamente, tentando não rir com a boca cheia. Vejo como você se deita, provocando sem querer provocar, querendo fazer com que meus olhos perca o controle, como perdi o controle deles a noite inteira.

Mas eu me levanto. Por quê? Sinceramente, não sei. Talvez você esteja certa, a francesa é minha droga e eu estou perigando viciar nela. De qualquer modo eu me levanto e vou para o banho. E só quando a água já está caindo em meu corpo é que começo a raciocinar. O modo que você me provocou, e me fez ir pro banho, remetia muito a alguém que simplesmente queria livrar-se do outro. Sinceramente não vou me surpreender se eu voltar e você não estiver na cama. Mas isso não me preocupa, tão pouco me faz agir mais rápido, pelo contrário, até demoro um pouco mais do que deveria, forçando os dentes para me livrar da maldita prótese que, graças a Deus, sai do meu dente sem maiores problemas. Finalmente eu deixo o banheiro. Diferente de você, carregava todas minhas roupas cuidadosamente dobradas, em um monte bem organizado. Mas quando eu saio e te olho na cama, bem, meu social é ruim, lembra? Eu não consigo disfarçar muito bem que te ver ali me surpreende. Não é nada muito gritante, é apenas um arquear de sobrancelha, que eu disfarço com uma pergunta - Demorei muito? - Esboço um meio sorriso, conforme coloco as roupas sobre uma cadeira. Visto só uma toalha longa, enrolada na cintura. O que você já tinha tido como uma prévia, da musculatura bem definida, agora você podia ver fácil já. Tanto peitoral quanto abdomem bem definido e saltado, digno de quem, no mínimo, vivia em uma dieta bem restritiva e tinha uma rotina intensa de exercícios. De pronto você já notava uma tatuagem na parte interna do bíceps esquerdo, com uma águia de asas abertas sobre um globo, com um símbolo de paus ao fundo. Os dizeres "Semper Fidelis" também destacavam-se. Não o bastante, no braço oposto, também no bíceps, mas agora na parte externa, havia uma imagem do arcanjo Miguel, pisando sobre a cabeça de Lúcifer, com suas asas bem abertas, em uma gravura que passava, no mínimo, autoridade, ao menos pela parte do arcanjo. Ambas as tatuagens eram bem feitas, não era um trabalho artístico qualquer, muito pelo contrário, Paige. Você já viu ricos com tatuagens lindas, mas não tão caprichadas quanto aquelas. De qualquer modo há pouco tempo para você reparar, pois logo eu volto para dentro do banheiro e saio com um roupão bem similar ao seu, amarrado na cintura. E, como antes, me sento ao seu lado, no mesmo lugar que você havia indicado.


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Mensagem  Paige Moreau Ter 22 Out 2019, 17:48

Nate, Nate.
 
Eu estou acostumada a ser o centro do Universo, eu dificilmente me importaria com o que as pessoas sentem, ainda mais quando eu olho assim.
 
Eu faço o que quero.
 
E te colocar em dúvida tem sido divertido, confesso, que desta vez me importei. Que demorei mais do que pretendia olhando seu ar de dúvida, este ar de quem está preparado para uma reação negativa minha quando eu vou te dar a mais positiva possível, mas porque dar logo de cara?
 
É melhor você entender o valor que tem.
 
Finalmente eu reajo, bato de leve na cama ao meu lado, e logo o espero com os olhos. Já sabendo que você vinha, se eu pedia ou mandava, era o que menos importava certo?
 
E isto para ambos.
 
Espero você se sentar a meu lado, passar o braço a meus ombros, e quando sua atenção se divide entre eu e a tv, eu logo a rouco de volta para mim, te olhando, esperando que você se voltasse a mim quando eu te chamo pelo seu nome.
 
E eu não vou te chamar de Nate.
 
Me limito a apanhar uma torrada e a coloco em sua boca de modo que cale a mesma, enquanto os olhos ainda estão sobre os seus.
 
- Não sou como seus amigos, Nathaniel...
 
Digo aquilo em tom bem baixo, vendo como você cerrava os olhos, sempre confuso com minhas atitudes, e eu logo me viro para você, ficando mais próxima. Minhas mãos tomam sua nuca em uma caricia, você pode sentir a ponta dos dedos brincando ali junto a seus cabelos, as unhas grandes arranhando de leve, mas sem machucar.
 
É apenas a certeza da minha presença.
 
As mãos descem a seu pescoço, e logo seguram a gola da sua camisa, enquanto os olhos se mantem aos seus, deixando você pensar o pior possível de mim.
 
Ou o melhor, depende do seu pensamento certo, Nate?
 
Mas logo minhas intenções são denunciadas pelos meus atos, ao menos parte delas, eu deixo as mãos abrirem os botões da sua camisa pouco a pouco, ainda sem tirar os olhos dos seus, sempre nos mantemos assim, e não mudaria ainda mais agora.
 
Conforme abro o botão você pode novamente sentir a unha arranhar de leve, demonstrando a você o caminho que elas estão percorrendo, enquanto lentamente eu deixo sua camisa se abrir um pouco, e acomodo as mãos a seu peitoral, abaixo os olhos ao mesmo, vendo a definição, me perco um pouco ali.
 
Na perfeição da musculatura, como tudo parece no tamanho ideal, na forma ideal.
 
É Nate, você é um homem mesmo.
 
Logo meus olhos se erguem de volta a você, quando eu digo o que quero e nem deixo você falar nada, coloco outra torrada na sua boca, e tão pouco te dou espaço para alguma coisa que não seja ir tomar seu banho, deixo o corpo cair a cama, me acomodando ali, no conforto da mesma, que abraça meu corpo com facilidade em meio ao edredon branco, o qual eu deito em cima e não por baixo, e por tal o roupão desliza, expondo mais das pernas.
 
Mas sem deixar claro que era minha intenção, e é difícil saber se era mesmo, não?
 
Os olhos ficam sobre você, mastigando com a boca cheia e dando aquele meio sorriso, e logo você se levanta e vai na direção do banheiro e eu apenas sigo seus movimentos satisfeita, meu olhar de satisfação é evidente.
 
Você se fecha ao banheiro, e eu somente quando escuto o chuveiro, que desvio os olhos da porta do banheiro para o teto do quarto.
 
Suspiro fundo e os fecho de leve, tomando alguns momentos de paz.
Assim como você, Nate.
 
Eu também coloco minha cabeça no lugar, repasso rapidamente os momentos daquela noite, e ali sozinha, eu apenas sacudo a cabeça em negativo, me limitando a encarar a imagem Capitã Marvel parada a tela pausada.
 
E eu juro que jamais pensei que você poderia pensar que eu iria embora e te largar ali, se eu tivesse cogitado isto, ia fazer você pensar ainda mais, para depois ao abrir a porta do quarto, me encontrar deitada na cama, e então eu adoraria ainda mais este seu ar de surpresa disfarçado.
 
Por tal, eu não me atento tanto, apenas foco os olhos em você acomodando sua roupa devidamente dobrada a uma cadeira e todo o cuidado que você tem com estas coisas...
 
Que meus empregados fazem....
 
Você faz aquela pergunta e eu não respondo de imediato, deixo os olhos passarem de modo discreto a seu corpo, e se antes eu havia me perdido no pouco que a camisa mostrou, agora eu fico paralisada e desta vez meus olhos não buscam os seus, até meu decoro se esvai um pouco, não que eu te devore com os olhos, mas eu me deixo ir além da minha classe e discrição.
 
Eu admiro, assim como admiro suas tatuagens, os traços únicos e perfeitos da mesma, e me pego sem pensar em mais absolutamente nada que não seja o quanto elas ficaram bonitas em sua pele.
 
Não eu não penso neste exato momento, como alguém que mal consegue pagar um Uber as fez?
 
Eu só consigo pensar em como....como ficaram perfeitas ali.
 
Você se volta ao banheiro, e eu logo desvio os olhos e suspiro fundo, encarando a tv, e apertando de leve as mãos aos edredon branco, como quem quer recobrar o controle, os sentidos, ou seja lá o que sua figura andando pelo quarto me roubou.
 
Você retorna, se senta novamente a meu lado, desta vez eu estou deitada a cama e então eu volto os olhos a você, vendo que você havia feito exatamente tudo que eu te pedi.
 
Por isto eu logo afundo mais a cabeça ao travesseiro e sussurro mantendo os olhos a você.
 
- Agora, deita....
 
É...
 
Eu gosto de dar ordens, pelo visto te convém receber.
 
O que pode dar errado certo, Nate?
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Mensagem  Nathaniel Bennett Ter 22 Out 2019, 19:10

Só alguém que não se importa com as pessoas ao seu redor não se importaria com o que as pessoas sentem, Paige. Não é o que elas pensam, é bom ressaltar, e sim o que elas sentem. E se você realmente não se importa com o que as pessoas sentem, bom... Talvez a gente vá atritar logo logo. Mas não no momento. Aliás, como podemos ter algum atrito no momento? Com você tomando minha nuca e abrindo minha camisa daquele modo, sem deixar que eu fale, enfiando a torrada na minha boca e pedindo para que eu tome banho. Não sem antes de explorar meu peito com as mãos, me provocando. Como sempre. Além de ressaltar que não é como meus amigos. Você gosta de mandar, não é? De qualquer modo eu me levanto e vou para o banho. E deixo a água cair sobre meu corpo, para colocar meus pensamentos em ordem.

A dedução de que você sairia dali surge em pouco tempo, porque, convenhamos, era o que fazia sentido, não? Isso é, não, não faz sentido, mas é o mais plausível, principalmente pelo modo que você "mandou" eu ir tomar banho. Provocação, para que eu não questione, e o banho, para te dar espaço. Eu suspiro e mantenho o mesmo ritmo do banho, afinal, se você queria sair, eu ia é te dar espaço. Me concentro em retirar as próteses dos dentes e a tomar um bom banho. Faz tanto tempo que não experimento um chuveiro tão bom que meu corpo inteiro relaxa. Já tomou banho em um porta-aviões? Pois é, agradeça pelo seu chuveiro.

Finalmente eu saio e sim, me surpreendo com você ali. Logo eu coloco as roupas ali, sentindo como você me segue com os olhos. Eu pergunto aquilo e volto o olhar para você, mas você sequer me responde. Em resposta você fica me olhando, sem seu usual decoro e classe. Me deixa até sem respostas. Lembra da parte que eu sou vingativo? Pois é, eu paro e fico te olhando, esperando seu olhar subir, para encontrar, em mim, um olhar reprovador. Dois podem jogar esse jogo, não? E sim, as tatuagens eram muito bem feitas. O artista que as fez poderia, facilmente, ocupar o top 5 dos melhores da América. Como eu paguei? Boa pergunta. Quando você finalmente desvia o olhar, eu apanho o roupão, o vestindo, para então voltar a cama, sentando-se onde você havia indicado antes.

Eu não sou idiota, Paige. Como já disse antes, não havia mais nada que eu quisesse essa noite que não fossem seus lábios. Mas eu me esquivei deles assim que te vi fora de si. E agora, com você ficando sóbria novamente, me pergunto até onde vou conseguir conter as amarras que criei, ante a você. Você pede, ou melhor, como você mesmo ressaltou, manda que eu me deite. E eu não o faço. Eu paro ali, sentado, olhando para você. Mal tem espaço para que eu fique sentado ali, quanto mais deitado. Meu corpo não é exatamente pequeno. Talvez seja minha vez de te deixar naquele silêncio ensurdecedor, o qual você não sabe se vou, ou não, fazer o que você manda. Repentinamente eu me levanto e, com o mesmo movimento rápido que tinha vestido o roupão, eu me livro dele, o jogando na minha cama. Em seguida me deito ao seu lado, ficando apenas com a toalha que estava em minha cintura. Como não havia muito espaço, sem hesitar, minha mão passa por baixo do seu pescoço, em um abraço, já que eu me deito de lado, ficando de frente para você. Subo a perna que não está repousada na cama, deixando-a sobre as suas pernas, acomodadas ali. Ao mesmo tempo em que o braço que não estava por baixo do seu corpo, agora busca abrigo sobre seu corpo, poucos centímetros abaixo dos seus seios. Pela posição, não há nada que eu não esteja olhando, que não seu rosto. Por isso eu aproximo mais meus lábios, para perguntar, com toda inocência do mundo - Assim? - Cerro um pouco os olhos, deixando o tom de desafio implícito na pergunta.

Você gosta de mandar, não é? Pode mandar, desta vez, eu deixo. Mas isso não quer dizer que vou ser tão obediente assim, Paige.
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Mensagem  Paige Moreau Ter 22 Out 2019, 21:38

É...talvez a gente vá realmente atritar Nate, porque acredite eu não entendo suas posturas e tão pouco consigo imaginar em como você se sente em relação ao piso sujo ou dobrar a própria roupa, eu realmente estou acostumada a um empregado fazer isto e eu realmente não me importo em como ele se sente em relação a isto, para falar a verdade eu mal olho para a cara dos meus.
 
E me importar sobre o que posso causar a alguém, quando eu simplesmente a deixo sem saber se vou aceitar um convite ou não, ou até...se elas vão sofrer com minhas atitudes, eu não sei. Eu não me importo.
 
Tem que ser algo realmente drástico, um choque de realidade, para que eu me importe, para que de atenção.
 
É claro que estes pormenores de nossas personalidades não tem espaço naquele momento em que não nos perguntamos nossos defeitos, estamos encantados por nossas qualidades, jogos, e olhares.
 
Eu tomo sua nua, abro sua camisa e após te fazer comer uma torrada digo para tomar banho. Claro que eu toquei sua pele, que senti a mesma a ponta dos meus dedos e admirei o que a camisa escondia, ao mesmo tempo que deixei claro que não sou como seus amigos.
 
E não vou te chamar de Nate.
 
Por isto eu apenas assisto você se erguer e ir fazer o que eu pedi/mandei.
 
Ficamos sozinhos com nossos momentos, eu jamais imaginaria o que você está pensando e o que acha que pode acontecer, ao passo que você também não consegue alcançar meus pensamento, por aqueles momentos que nos distanciamos.
 
Nos desconectamos. Percebe?
 
Ambos não nos preocupamos com a sua demora e as consequências da mesma, ou se eu vou estar no quarto a seguir.
 
Apenas nos entregamos a nossos pensamentos e nosso momento.
 
Mesmo que ainda assim estejamos pensando um no outro.
 
Isto é loucura.
 
Nem consigo precisar quanto tempo você demorou e eu fiquei encarando o teto do quarto, repassando algumas coisas, e me sentindo mal por isto, sentindo a ligeira vontade de voltar a meu vicio e apagar aqueles pensamentos, por um momento me vi sozinha ali.
 
E me senti sozinha.
 
O primeiro momento desde que a noite começou com você, Nate.
 
Mas logo você sai do banheiro e se surpreende comigo ainda ali, eu apenas o sigo com os olhos, sem te respondeu sobre ter demorado, eu te sigo de um novo modo, sem todo meu decoro e classe, aquela barreira social e comportada que eu sempre deixo em meio a meu olhar de malicia e provocação, agora eu apenas te olho, a ponto de te deixar sem jeito.
 
Eu deixo os olhos longos tempo pelas suas tatuagens, e logo eles passam a subir, querendo novamente encontrar seu rosto, seus olhos, e quando os encontro vejo que me reprova, o que me faz sacudir a cabeça em negativo e cerrar os olhos.
 
Ok, Nathaniel. Ponto para você.
 
Dois podem jogar este jogo, e você pode se reinventar em meu playgroung. Parabens.
 
Não demora você volta a cama, após vestir seu roupão, e eu apenas me acomodo melhor, e logo te dou uma nova ordem, você não a acata de imediato o que me faz arquear a sobrancelha como quem não entende porque você desafia aquele pedido.
 
Sim agora é um pedido.
 
Ve como eu uso o sentido de tudo a meu bel prazer?
 
Eu manipiulo as palavras a´te mesmo em meu próprio pensamento.
Você me coloca na mesma situação que eu sempre te deixo, e por tal eu busco uma mecha do meu cabelo e com a ponta dos dedos passo a enrolar a mesma ao dedo, denotando que esta é uma mania que eu tenho quando me vejo.
 
Em situações.
 
Como aquela...
 
De súbito você se levanta e eu te sigo com os olhos, não denoto aquela certeza de que você irá recusar meu convite, como você fez no carro, mas ao mesmo tempo aperto mais a mecha a meus dedos, me contendo naquele gesto.
 
Você larga o roupão a sua cama, e finalmente se deita a meu lado, naquele minúsculo espaço,sua mão encontra espaço passando por baixo do meu pescoço, me abraçando, ao passo que se deita de lado, se virando de frente para mim, acomodando uma das perna sobre as minhas, e o outro braço passa pelo meu corpo, me abraçando e aninhando junto a você.
 
Eu apenas mantenho os olhos presos aos seus, deixando seus movimentos livres, nossos olhos não se soltam enquanto nossos corpos falam por nós, você então aproxima mais o rosto e lábios dos meus, quase os tocando, e faz aquela pergunta, que me faz enrolar a mecha o máximo que consigo ao dedo, até mesmo marcando um pouco a pele ali ante a pressão do cabelo enrolado ao dedo.
 
Os olhos ainda estão sobre os seus e eu chego a respirar mais forte.
 
Não sei se foi o jeito, a forma, ou o que você falou.
 
Se é seu corpo quase colando ao meu, seus braços me envolvendo, sua boca tão perto.
 
Acho que parei até de respirar alguns segundos.
 
É inevitável, meus olhos descem a sua boca que me provoca tão perto, e eu os paro ali alguns instantes, enquanto minha mão que não está trucidando minha mexa de cabelo, passa por cima do seu corpo, junto a seu braço, te abraçando de volta, encolhida a cama.
 
Os olhos ainda estão presos a seus lábios, como sempre ficam a seus olhos.
 
Eu deslizo o corpo a cama, chegando quase a colar o mesmo ao seu, a mão desliza pelo seu braços antebraço, até chegar a tatuagem deslizando a ponta dos dedos a mesma, mesmo sem ve-la.
 
Eu sei onde ela está.
 
Eu marquei.
 
Eu decorei.
 
- Assim...
 
Sussurro enquanto deixo os lábios tocarem levemente o canto dos seus, não como você fizera mais cedo, de modo mais lento, mais sereno, e agora sim carinhoso.
 
Os lábios se movem de maneira lenta, e é como se eu fosse chamar sua boca para mais, mas eu simplesmente escorrego a cabeça pela sua, até que ela encontre seu peito, onde eu recosto a cabeça e me abrigo.
 
Os olhos se fecham lentamente enquanto a mão somente para sobre sua tatuagem, a outra finalmente solta a mecha de cabelo que deixa minha pele marcada, e esta vai e se acomoda espalmada a seu peito, entre meu corpo e o seu.
 
Eu finalmente sussurro.
 
- Vai me proteger do escuro?.....
 
Soa quase infantil, ou frágil demais para uma Marquesa, posso estar usando isto para uma nova provocação.
 
Ou posso simplesmente estar sendo sincera.
 
Talvez a Paige drogada precisasse e estivesse louca por um beijo e isto bastasse a ela.
 
Eu não, Nate.
 
Eu preciso de mais, muito mais.
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Mensagem  Nathaniel Bennett Qua 23 Out 2019, 12:42

Não é nem um sentimento, é uma atitude. Está sujo? Limpe. É bem simples, na verdade. Se você ficar uma semana com meus pais aprenderá rapidinho. Mas se importar com o que as pessoas sentem transcende classe social, Paige. É questão de empatia. De se colocar no lugar da pessoa, provando o que ela sente, e, com isso, dosando suas palavras e atitudes. Acredito que ser capaz de se colocar no lugar das pessoas é o mínimo, então, sim, estamos destinados a entrar em atrito mais cedo ou mais tarde. Mas não agora. Agora eu me sento ali, onde você tinha pedido/mandado, vestindo um roupão. E, como você, faço questão de demorar antes de reagir a sua segunda ordem, ou como você diz, pedido. Vejo como você toma aquela mecha quando eu demoro, a enrolando nos dedos, como estava fazendo com a peruca e então percebo que era um modo de extravasar o nervosismo, e não um trejeito que você estava fazendo por conta da peruca. Eu olho para você e, de certa forma, me agrada ver o modo nervoso que você fica, sem saber como reagir. Finalmente eu reajo. E faço o que evitei a noite inteira... Que é cair de cabeça naquela situação. Evitei não por volta de vontade, mas pelas circunstâncias, contudo, agora, eu me vejo ignorando as circunstâncias para dar vazão ao que eu sentia. Me livro do roupão, porque vi o quanto ver meu corpo mexeu com você. E me deito ali, onde você havia pedido/ordenado. Mas não simplesmente me deitava, eu praticamente te abraço com meu corpo inteiro. Envolvo seu corpo com meus braços e até mesmo a perna.

Seus olhos prendem-se aos meus, conforme meu corpo se aninha ao seu. E você mantém aquele contato constante, sem parar de enrolar o cabelo em seus dedos, até mesmo usando de força agora. Eu aproximo o rosto do seu, deixando meus lábios bem próximos, e sussurro a provocação. Era assim que você queria, Paige? Vejo como seus olhos se desviam para meus lábios e, de súbito, você se vira, ficando de frente para mim, me abraçando. Seus olhos não se desviam dos meus lábios, conforme você se aninha ainda mais contra meu corpo. Você então diz que era daquele modo que você queria, e deixa seus lábios roçarem-se lentamente contra o canto dos meus. Chego a fechar os olhos e suspirar silenciosamente. Mas repentinamente você baixa a cabeça, escondendo ela em meu peito. Me fazendo aquela pergunta. Eu não respondo, ao menos, não de imediato. Eu aperto um pouco mais o abraço e passo a acariciar suas costas, mesmo com o roupão dificultando que você sinta o toque. Então beijo demoradamente sua cabeça, apoiando meu queixo ali em seguida - Vou... Mas você precisa querer sair do escuro... - Sussurro em resposta, beijando novamente sua cabeça. O significado das palavras ficava implícito mas, no fundo, era bem explícito.

Contra o que você precisava de proteção, Paige, que não de você mesma? Você precisava querer sair do escuro. Sozinho eu não conseguiria muito.
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Mensagem  Paige Moreau Qua 23 Out 2019, 13:24

Não é bem simples, Nate.
 
É seu mundo, entende, como seus pais te criaram, como as coisas funcionam e são naturais para você.
 
O meu e bem diferente.
 
E sim...talvez eu realmente não me importe, me falte apatia ou me sobre sociopatia, talvez tenha algo errado dentro de mim, algo podre e quando isto vier a tona, certamente vamos ter atrito.
 
Você é muito certinho e eu sou muito errada, cedo ou tarde isto vem a tona, Nate.
 
Mas naquele momento não existe qualquer espaço para isto. E talvez esta seja nossa ruina, ou sorte, depende do ponto de vista, e de como a noite termina.
 
Você “obedece” o meu pedido, acho que é exatamente do que se trata não?. O primeiro você foi de pronto tomar banho, agora eu te dizia para deitar e você se demorava, o que me fazia apanhar a minha mecha de cabelo e deixar escapar como eu agia quando ficava em situações assim, uma mania, um modo de conter o que eu estou sentindo naquele momento e escolher como eu quero agir.
 
Se é que vai ser possível na atual situação.
 
Você se demora ainda mais observando minha mania, e eu apenas mantenho os olhos fixos a você, que finalmente reage, ou melhor age, se livra do roupão, essencialmente para me provocar mais com a visão a qual eu havia perdido o rumo instantes atrás. Você se deita, e não somente o faz, me abraça, me envolve, com braços, pernas, seu corpo todo, seu cheiro.
 
Você se envolve por completo em mim, e me faz te sentir com todos os sentidos, desde o toque leve dos corpos que ainda não estão totalmente colados, o cheiro da sua pele recém saída do banho, o som da sua voz que fica provocativa assim tão perto, a visão da sua boca que me faz perder qualquer linha de raciocínio e aperta ainda mais a mecha do cabelo ao dedo.
 
Meus olhos não conseguem mais desviar dos seus lábios, me perdendo na forma como eles se mexem diante de meus olhos, ou como estão levemente molhados pela sua própria saliva, e só me viro para você, correspondo a cada atitude sua, sem me demorar, sem jogar.
Me aninho o tanto que posso junto a você, em um abraço que não mede mais distancia e nem é capaz de conduzi-la, e então digo como eu quero, roço os lábios ao canto dos seus, sem pressa alguma, vendo você fechar os olhos, suspirar, sentindo a sua respiração a minha boca quando você suspira, deslizando ainda mais os lábios, buscando prolongar aquela sensação.
 
Mas de súbito, eu deslizo a cabeça e a escondo junto a sua peito, a mão toca seu braços em busca da sua tatuagem, a outra fica sobre seu peito, sentindo seu coração bater, o rosto fica completamente escondido a seu peito, deixando você sentir os cabelos molhados ao mesmo.
 
Eu faço aquela pergunta, e você não responde de imediato, te sinto apertar o nosso abraço, e acariciar minhas costas, enquanto você beija minha cabeça e fica com o queixo apoiado ali, e você então fala que eu preciso querer sair do escuro.
 
E eu pauso, acho que meu coração até parou de bater diante da sua resposta, mas logo retorna, foram segundos, segundos em que eu ponderei te explicar que não era como se eu tivesse escolha e não era como se o escuro fossem as drogas.
 
Era bem pior, e o fato de estar naquele quarto com você, expunha você também a isto.
 
E isto só constava o quanto eu sou egoísta, e não penso nas pessoas como você, Nate. Você jamais me colocaria na mesma situação, ou a qualquer outra pessoa.
 
Estranhamente é meu egoísmo, e minha falta de empatia, minha prepotência, que nos uniu esta noite.
 
E talvez isto seja algo que você entenda mais tarde.
 
Você beija novamente minha cabeça, e eu aperto de leve a mão a seu braço, sentindo sua pele aos dedos, eu suspiro fundo e logo ergo o rosto, deslizando pelo seu, de modo a te convidar, minha cabeça deita ao travesseiro, ao lado do seu rosto, ainda ficamos naquela distancia mínima, mas meus olhos agora estão aos seus.
 
E eu sinto que eu deveria ter contar algumas coisas.
 
E deveria ter dar uma escolha.
 
E deveria te proteger, como você me protegeu a noite toda.
 
Deveria te dar escolhas, deveria te dizer o quanto eu sou filha da puta, e não que seja como a Mick ou o Patty, mas tem muito deles em mim.
 
Eu deveria te dizer o quanto eu acho estupido e sem necessidade você limpar o tapete, ou dobrar suas roupas ou pegar Uber.
 
E deveria te dizer que esta noite jamais teria existido se eu não estivesse na escuridão.
 
Da qual te peço para me tirar.
 
E o quanto isto soa como poesia mas deveria ser um pesadelo.
 
Eu deveria muitas coisas, Nate.
 
Enquanto olho em seus olhos, e sinto você tão perto.
 
E me pergunto se eu enxergaria tanta beleza assim sem esta noite.
 
Sem este Hotel.
 
Sem a Marquesa e o Conde Dracula.
 
Eu só me pergunto como tudo seria se eu fosse a filha da puta que sempre sou.
 
E o quanto não dou a mínima para Benji e Sofia no meio daquelas cobras que eu chamo de amigos.
 
Eu simplesmente abdico de tudo por mim mesma, não tenho empatia.
 
E neste exato momento, perdi um pouco do meu decoro.
Eu devo tanto a você, Nate.
 
E de todas as coisas que eu devo.
 
Eu só consigo fazer uma.
 
A mão sobe do seu braço a seu ombro, pescoço, até finalmente chegar a seu rosto, onde a encaixo, de modo a puxar ainda mais seu rosto para o meu.
 
Meus olhos não se perdem em seus lábios, eles continuam nos seus Nate.
 
Aqueles malditos olhos claros, grandes, expressivos.
 
Eles não te deixam, parecem firmar uma barreira entre nós e o mundo, e nada mais precisa existir.
 
Enquanto meu rosto se aproxima do seu, meu nariz, empinado, que você tanto gosta, chega a roçar ao seu, antes de finalmente eu deixar os lábios encostarem aos seus, sem mais delongas, ou beijos ao canto, boca a boca mesmo, lábios que se esfregam ao seu, enquanto os olhos finalmente se fecham, e eu deixo a língua tomar a sua boca, enquanto o corpo cola-se ainda mais ao seu.
 
Eu finalmente te beijo, Nate.
 
E talvez seja eu saindo da escuridão.
 
Ou te trazendo para ela.
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Mensagem  Nathaniel Bennett Qua 23 Out 2019, 16:39

Pra mim é sim, Paige. Tem que ser. É algo que é até reforçado por conta da minha profissão. Se eu não sentir empatia, na profissão que exerço, eu seria um psicopata, e não um "Arcanjo". Eu sei que você teve uma criação diferente, com valores diferentes. E é justamente aí que mora a grande diferença entre nós. Eu não faço ideia de como você é, Paige, e acho que, no momento, nem quero saber. Hoje era para ser uma festa, lembra? Eu nunca imaginei que na primeira festa da universidade eu terminaria em um hotel, com uma garota milionária, sem sequer ter visto a festa. No entanto aqui estamos nós, usando apenas toalhas como roupas, deitados em uma cama de solteiro. Tão aninhados um ao outro que nossos corpos se misturam, com braços envoltos em ao outro, e pernas entrelaçadas uma nas outras. Seu roçar de lábios contra os meus me faz suspirar e fechar os olhos. Contudo, repentinamente, você baixa o rosto e o esconde em meu peito, acariciando a tatuagem do Arcanjo em meu braço.

Aperto mais o abraço, colo ainda mais o corpo ao seu, envolvendo ainda mais seu corpo, ao passo que passo a acariciar suas costas, apoiando meu queixo em sua cabeça. Eu não imagino o que minha resposta causou em você e, mesmo que soubesse, não entenderia o motivo. Eu não consigo compreender o que te faz hesitar, até porque, eu não vejo seus atos como hesitação. Parece mais uma antecipação, que deixa o momento único. Não vejo você como egoísmo. Sequer imagino que tem algo, além das drogas, que você queira contar. Acredito que deve ter algo a motivando, claro, mas algo além disso? Não, não imagino. Até porque, veja bem, estar aqui, na mesma cama que você, Paige, te abraçando, sentindo seu cheiro. Seu corpo. Confesso que pensar não é das coisas mais fáceis a se fazer agora. E isso fica ainda mais difícil quando você se move na cama, subindo por ela, para apoiar a cabeça no mesmo travesseiro em que estou. Fico enfeitiçado pelos seus olhos, sem sequer imaginar o que passa pela sua cabeça. Sequer pensaria em culpa, em filha da putagem, ou que Benji e Sofia podem não estar bem. Eu só consigo olhar para seus olhos e ficar admirado. Quem não ficaria, Paige? Que atire a primeira pedra quem não mataria para estar em meu lugar. Sua mão desliza do meu braço para meu pescoço, e então rosto, sinto ainda como você me puxa um pouco para frente, encaixando-se naquele espaço pequeno. Meus olhos sequer desviam-se dos seus também, ao menos não até o último segundo, quando seus lábios estão tão próximos. Você roça seu maldito nariz perfeito ao meu, para em seguida deixar nossos lábios finalmente se encontrarem. Chego a emitir um baixo, e quase inaudível, gemido, por talvez estar saciando a vontade que senti desde que cheguei e que, depois de hoje, só estava ficando mais e mais intensa. Deixo meus lábios encaixarem-se aos seus. Carinhosamente envolvê-los. Para em seguida aproximar mais o rosto, para que minha língua busque a sua, no seu ritmo, ou seja, lenta e carinhosamente. Deixo minhas pernas envolverem as suas, sentindo sua pele contra a minha, conforme nos misturamos mais e mais naquele espaço pequeno.

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Mensagem  Paige Moreau Sáb 26 Out 2019, 15:07

A noite foi maravilhosa.
 
Nós simplesmente nos encaixamos de um modo que é impossível soltar. Esta é a melhor definição, nenhum dos dois pensou sentir tanto desejo ou vontade um pelo outro, tão pouco ter isto recado a carinho e cuidado. Era simplesmente perfeito, não Nate?
 
Acho que você até esqueceu que a algumas horas atrás eu estava drogada e andando descalça por um cemitério, ou que tenho amigos tão babacas, ou que simplesmente eu larguei meus outros dois convidados lá.
 
Fato é que estamos naquela cama de solteiro, dormindo abraçados, pernas e braços entrelaçados, seu rosto preso a meu ombro, a expressão de paz nos molda. Não nos preocupamos em nos vestir após o banho, e a pouca luz do quarto dá uma cor única para nossa pele unida, é lindo de se ver.
 
É quando você sente que eu começo a ficar inquieta, meu corpo vira de um lado para outro como se algo me incomodasse, talvez você ache que eu estou acordada, mas meus olhos fechados e a falta de resposta denunciam que não, eu me viro a cama, algumas vezes, até que minha respiração começa a ficar mais forte, provavelmente um pesadelo, eu chego a gemer baixo.
 
É quando meu corpo se joga da cama, mesmo que você tente me segurar, não vai conseguir, eu me jogo da cama com força, caiu até a alguns metros dela, o que é realmente estranho para alguém tão delicada como eu, o corpo cai deitado ao chão, uma perna estendida a outra dobrada, os braços para a frente da cabeça, o rosto escondido aos braços.
 
E nem assim eu pareço acordar, é quando de súbito, meu corpo passa a se mover de modo rápido, muito rápido Nate, eu me rastejo no chão, mas eu deslizo tão rápido por ele, que é como se andasse, ou até corresse, em poucos segundos, eu estou sentada  um canto do quarto, onde há pouca iluminação, de costas a você, agachada, sobre os calcanhares, completamente nua, com a cabeça baixa, você só consegue ouvir um som estridente de algo raspando a parede com força, e consegue ver o suor reluzindo em minhas costas, mesmo a pouca luz, é notavel como eu respiro rapido agora.
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Mensagem  Nathaniel Bennett Dom 27 Out 2019, 12:52

Maravilhosa e imprevisível, afinal, mesmo te trazendo para um hotel, isto era a última coisa que eu esperava acontecer. Mas é isso, nos encaixamos de um modo que foi impossível soltar. Tanto que acabamos dormindo abraçados, em uma cama de solteiro, agarrados um ao outro, quando se tem duas camas no quarto. Roupas e conforto ficaram em segundo lugar, ainda que, mesmo espremidos naquela cama, eu esteja tendo uma das noites mais confortáveis em anos. Nossos corpos entrelaçados, como se fosse um só, misturados na penumbra daquele simples quarto de hotel.

Aliás, eu não esqueci de Benji e Sofia, eu mandei mensagens para ele. Teria mandado para Sofia, se tivesse seu contato.

Contudo, pego no sono fácil em seus braços, Paige e é aí que as coisas mudam porque, normalmente, seria eu a te acordar de um pesadelo. Eu os tenho desde a primeira vez que atuei em uma missão. Que matei. Estar no cockpit não te faz cego aos horrores da guerra, tão pouco a seus atos, quando você sobrevoa um local, despejando bombas sobre alvos militares. Sempre morre um inocente. Você não faz ideia de como é terrível ter que... Seguir essas ordens. E esse é um dos meus segredos, Paige: Eu sou atormentado pelas coisas que fiz. Então era para ser eu com o sono agitado, mas... Você agitou-se antes de mim. Você se vira de modo brusco, e eu abro espaço para você. Mas você continua se movendo, de modo brusco, o que me faz acordar.

Chego a levantar, para ir para a outra cama, mas é quando você começa a gemer, que eu me sento novamente, e tento te acordar. Sei bem como são pesadelos. Carinhosamente seguro seu ombro, te chacolhando de leve - Paige... É só um pesadelo, acorda... - Te chamo, em um tom de voz calmo e baixo. Mas, para meu espanto, você simplesmente se joga no chão com força - Paige! - Grito, me levantando, assustado, andando rápido até você, para ver se você não se machucou. No tempo em que dou a volta na cama, você simplesmente rasteja daquele modo, muito mais rápido do que deveria, sentando-se no canto do quarto. Eu fico estático por alguns segundos, ouvindo aquele som horrível. Você estava... Arranhando a parede? Aquilo...

Minha cabeça é inundada com inúmeros clichês. Todos os filmes de possessão que vi, livros que li, afinal, sou fã de livros de horror. Mas, era fantasia, não realidade... Certo? Sim, eu sou cristão e acredito em possessões, mas... Algo nesse nível? Fico estático, sem saber o que fazer. Sou um soldado, treinado para as piores situações possíveis. Mas.... Nada me preparou para isso. De qualquer modo, não importa. Se é uma possessão. Se é uma doença. O que quer que for, você precisa de mim, Paige. E, bom... Eu estou aqui para você, não é? Te "salvar do escuro". Agora eu talvez entenda sua frase.

Respiro profundamente, me preparando. Faço o sinal da cruz uma única vez. E então me aproximo, sem dizer nada. Sei que você pode correr daquele jeito e, se o som que vem, é o da sua unha arranhando a parede, talvez você seja muito mais forte do que aparenta, mas... Meus passos são decididos. Assim que me aproximo, eu simplesmente me jogo de joelhos atrás de você, e te abraço na altura dos bíceps. Assim eu imobilizaria um pouco seus braços, você não conseguiria me machucar e eu conseguiria te conter. É um abraço firme, que vou apertá-lo, dependendo da sua reação - Paige... Estou aqui, está me ouvindo? Acorda... Sai do escuro... - Sussurro, conforme tento te conter o máximo que posso.
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Mensagem  Duxhill University Seg 28 Out 2019, 10:48

Ah sim claro, Nathaniel.

Uma noite única, especial, rara. E está dormindo abraçado, nu, enroscado em uma das francesas mais disputadas daquele local. Você pode não saber mas, Paige Moreau é uma garota intocável, ou melhor fresca, como muitos garotos gostam de rotular, ela simplesmente não dá bola para ninguém, no máximo ilude e faz alguns joguinhos, quando não despreza por completo. Isto faz dela uma pessoa tão amada quanto é odiada.

Nada parecida com a garota que dorme abraçada a você, sem reclamar o quanto a cama é pequena ou o quarto não é grande o suficiente para a supremacia e sobrenome dela. É tudo perfeito Nate, parece até um sonho o qual você não quer acordar nunca.

Mas logo ela começa a se mover, estranho mesmo, era para você ser o esquisito paranoico da vez. Mas Paige parece bem atormentada, tanto que você chega a se levantar para ir para outra cama e dar espaço para ela, mas ela logo começa a gemer, deixando claro que tem algo errado ali, e que os pesadelos dela parecem ser bem perturbadores, você a segura pelo ombro, a balança, fala com ela, ela parece não conseguir te ouvir.

De súbito ela se joga ao chão, nem mesmo seu grito a “acorda”, ou lhe faz ter uma reação comum, ou melhor...normal. De súbito, ela se rasteja daquele modo, e você vê o seu mundo parar, você ve aquele sonho virar um pesadelo, e se pega pensando sobre suas crenças, sobre tudo que já viu na vida e nada se assemelha a isto, você pensou que algo assim poderia existir?

Agora você entende a frase de Paige sobre o escuro, e talvez entenda o porque das drogas, ou talvez você simplesmente deva sair pela porta que entrou neste quarto e nunca mais voltar, Nate. E talvez você agora entenda como Paige é egoísta e te arrastou para isto. Ou você acha que ela não sabe?

Que tem algo errado com ela?

Logo “Paige” está em um canto do quarto, agachada, de costas para você, raspando a parede, Você reza, se benze, pede proteção, coragem, sabe-se lá mais o que, e passa a se aproximar, passos lentos, mas uma atitude rápida, se ajoelhando e envolvendo Paige em um abraço forte, que a imobiliza. E é estranho que ela não se mexe, ela não tem a reação de se debater e girar a cabeça.

Ou algo que você possa estar pensando.

Mas quando você a abraça daquele modo, a mão dela sai da parede, e você pode ver os dedos ensanguentados com as unhas grandes quebradas além da carne, tal a força com que ela raspou a parede. As mãos ficam espalmadas abaixo do seu abraço, e o rosto ainda está baixo, você sussurra, tentar falar com Paige.

E bom.

Acho que Paige não está aqui agora, Nate.

Mas uma coisa você acertou, está bem “escuro” aqui.

- Descubra....

Uma voz baixa, rouca, e é estranho, se você pudesse ver o rosto dela, saberia que ela não moveu os lábios para falar, e a voz dela não estava no quarto.

Estava na sua cabeça, Nate.
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Mensagem  Nathaniel Bennett Ter 29 Out 2019, 23:32

Como eu poderia reagir de outro modo diante de uma situação dessas? Correr? Bom, isso não seria uma opção pra mim. Nunca. Não fui criado para isso. Não fui... Treinado para isso. Eu enfrento, não importa quem seja... Ou o que seja. Por isso, por mais que eu hesite, por mais que eu vacile, por mais que aquilo me amedronte... Eu avanço. Nú, me visto da minha crença e me junto a você, Paige. Faço o sinal da cruz. Me ajoelho rapidamente a suas costas e te abraço. Até abraço forte, esperando uma reação adversa mais intensa. Meu coração está mais do que disparado, está tão rápido que até dói em meu peito. É mais intenso que a maioria dos voos que fiz. Minha mente sequer faz nexo no comento e tudo o que posso esperar é que eu consiga te conter até que aquilo passe, e isso, pra mim, que é o pior... Afinal eu sou racional. Sempre.

Até mais, as vezes.

E eu consigo te conter.... Mas não passa. Vejo como suas unhas estão quebradas e como o sangue já se faz presente ali. Dá agonia olhar o ferimento, já que, qualquer ferimento na unha me dá uma aflição. Vários, e tão profundos, tiram até um arrepio soturno que percorre minhas costas ao imaginar a dor. Mas eu me esforço para focar no que importava: Você, Paige. Por isso eu mantenho o abraço firme, mesmo quando você não reage. E então vem aquela voz. Se os ferimentos já arrancaram um arrepio em mim, aquela voz me dá calafrios. Faz minha espinha gelar. Todos os pelos do meu corpo arrepiarem. Eu respiro fundo, tentando acalmar a tensão. Tentando... Ser racional perante ao irracional. Olhos fechados. Eu nem precisaria olhar para saber que aquela voz não veio dos lábios de Paige.

- O que você quer que eu descubra? Quem é você? - Pergunto, por fim, sentando-me no chão e envolvendo o corpo de Paige com minhas pernas. Encostando a cabeça em seu ombro. Sinto como sua pele está fria, coberta de suor. E me vejo pensando em Benji, afinal, no momento, ele é a única pessoa que eu conheço que entende... Disso.
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Mensagem  Duxhill University Sex 01 Nov 2019, 08:04

Sim, Nate.

É da sua natureza, da sua criação, índoles, princípios, e talvez seja proposital, não? Será que você não foi atraído para esta arapuca? Era realmente seu grande dia de sorte? Uma francesa como Paige te dando “corda” assim? Será que você não estava apenas envolvido em algo que ia além de você mesmo?

Você se veste de crença e usa sua coragem natural para avançar na direção de Paige, ou seja lá do que seja aquilo. Você a abraça, a imobilizando daquela forma, a ponto de ver como as unhas dela estão quebradas e os dedos ensanguentados, e para sua surpresa ela não reage como nos filmes, não se debate e não faz nada do que você estava esperando. Ela apenas de algum modo, se comunica com você.

E logo você faz aquela pergunta, seguida de outra, enquanto se senta, envolvendo Paige por completo, junto de suas pernas, encostando a cabeça ao ombro dela, não dá nem para imaginar quanto tempo o quarto ficou em silencio, e Paige pareceu sem vida alguma nos seus braços, sem reagir, sem responder, e com uma respiração calma, para quem tinha o corpo coberto de suor e a temperatura tão alterada.

Nada parecia se encaixar ali, e a logica de tudo tinha sido deixado de lado a muito tempo.

Após algum tempo lentamente o rosto de Paige se ergueu, e virou na direção do seu, que estava a ombro dela, o nariz chegou a roçar ao seu, tão a proximidade, mas não era um toque carinhoso, ou amistoso.

Estranhamente você sentia uma atitude hostil, até quando era um gesto suave.

Era como se a qualquer momento ela pudesse te atacar.

Aquela proximidade, te morder....

Os olhos focaram então o teto, erguendo-se, completamente brancos, não pareciam te focar, aliás não pareciam focar nada, apenas se erguerem.

E finalmente você ouviu novamente a voz.

Sem que novamente, os lábios de Paige se movessem.

- Que me matou...

É quando o rosto parece “cair” como se a força que o tivesse segurando findasse, e Paige tomasse um baque no corpo, o rosto cai com violência para baixa, e os olhos se abrem mais, enquanto o corpo todo dela reage, você consegue notar que de algum modo ela “voltou”. Ela simplesmente ergue o rosto e te encara assustada, é o tempo dela jogar o corpo para o lado, tentando sair de perto de você, ou se arquear ao máximo, para vomitar contra o chão uma massa negra.

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Mensagem  Nathaniel Bennett Sex 01 Nov 2019, 14:36

Ainda era meu dia de sorte. Você não me conhece, lembra? Estou longe de ser perfeito, por mais que você não consiga enxergar agora, principalmente porque se coloca em uma balança para se comparar a mim, adicionando quilos e mais quilos do seu lado.

Eu fico estático ali, vendo os ferimentos em seus dedos e unhas. Amedrontado. Como uma lebre fica, ao ver os olhos de uma serpente sobre si, afinal, aquilo era algo o qual eu não conseguia me defender. Te defender. Mas ainda assim, te abraço, com braços e pernas, chegando, inclusive, a repousar minha testa em seu ombro, em uma clara atitude de desamparo. Chego, inclusive, a tentar conversar com aquilo. Era possível? Como eu poderia controlar algo assim? Sinto o suor em sua pele.

E logo você faz aquela pergunta, seguida de outra, enquanto se senta, envolvendo Paige por completo, junto de suas pernas, encostando a cabeça ao ombro dela, não dá nem para imaginar quanto tempo o quarto ficou em silencio, e Paige pareceu sem vida alguma nos seus braços, sem reagir, sem responder, e com uma respiração calma, para quem tinha o corpo coberto de suor e a temperatura tão alterada. Aparentemente, não havia resposta. E quando eu estava para me erguer e levar Paige para cama, seu rosto se vira lentamente, chegando a roçar o nariz ao meu. Eu respiro fundo, porque sinto, sim, aquela hostilidade, mas me vejo incapaz de recuar. Por quê? Porque era Paige. Eu foco em seus olhos, ainda que veja que não seja ela, neste momento, no controle. É surreal. Aterrador. Mas minha atitude é imutável. Envolvo seu corpo e te protejo, mesmo sem saber do que. E encaro seu rosto, como encarei a noite toda, mesmo que não seja você por trás dos seus olhos. E então vinha a resposta. "Quem me matou"? Aquilo... Não era um demônio? Era alguém? Eu cerro os olhos, tentando entender, e é quando Paige simplesmente desperta. Ao notar que era ela, eu a solto, me afastando um pouco, não muito, pois eu me inclino e seguro seus cabelos - Calma... Estou aqui, vai ficar tudo bem... - Vai? Não faço ideia. Mas era a única coisa que eu podia falar, conforme coloco a mão em seu ombro, Paige, te dando suporte - Você está bem? - Pergunto, ainda sem saber o que fazer direito.
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Mensagem  Paige Moreau Qua 06 Nov 2019, 10:22

Você está amedrontado ? Paige nem parece ligar, ou o que quer que esteja nela não se importa, e a garota não está desperta a ponto de ligar ou sentir dor. Mas você toma coragem e logo e envolve Paige como pode, deitando a cabeça em seu ombro, tentando entender o que diabos estava acontecendo.

Conversar, com sabe-se lá quem.

Ou o que.

Você faz uma pergunta, seguida de outra, e Paige não reage, se não fosse o suor do corpo e a temperatura alterada você desconfiaria se ela está viva, e então finalmente o delicado rosto se vira, o nariz que você tanto gosta chega a roçar ao seu, mas não é a delicadeza, o toque único da francesa, é hostil. Você foca nos olhos e não vê nada, ainda mais quando ela os ergue o ar, tirando-os de você. A resposta vem de maneira direta.

E não é uma resposta, e como se...

Você tivesse recebido uma missão, Nate.

Não precisa muito para ter ideia de onde você se enfiou, certo?

De súbito eu desperto, e ao notar isto, eu jogo meu corpo para o lado como posso e logo vomito contra o chão, você segura meus cabelos, diz que tudo vai ficar bem, e eu ainda mal consigo voltar a mim a ponto de raciocinar ou sequer ouvi-lo. Mas a sua mão a meu ombro eu sinto, chego até a me encolher um pouco, e então vem a pergunta.

Eu suspiro fundo e logo meus olhos encaram minha mão, visto que a dor me leva a este caminho, eu ergo a mão tremula diante do meu rosto, vendo o sangue aos dedos, as unhas antes tão perfeitas completamente destruídas, eu baixo a mão, e viro o rosto também tremulo para o lado, os olhos encontram os seus.


- Nathaniel...

Sussurro, apoiando as mãos ao chão, como quem tenta se situar, entender.

Lembrar.

Qualquer coisa.

Meu rosto se sacode em negativo, enquanto meus olhos passam pelo local, evitando olhar minha mão, ignorando a dor que sinto.

- O que....

Digo, mais a mim mesma do que a você.

Mas finalmente me viro para você, te encarando nos olhos, sem saber exatamente o que aconteceu, mas sabendo que alguma coisa aconteceu.

E não é bom, nunca é.

- Você pode ir....



Digo....não como um convite.

Ou como um desejo.

Como uma carta de alforria, como quem te desperta da obrigação que você deve estar criando dentro de você.

Você está livre, Nate.

Não se prenda a meu inferno particular.
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Mensagem  Nathaniel Bennett Qua 06 Nov 2019, 11:33

A sensação de alívio, ao ver que você havia retornado, era algo abrasador. Afastava aquele temor tão pungente, aquela sensação de impotência. Era como voltar ao controle... Ainda que não existisse controle algum naquela situação. Mas era aquela sensação enganosa de que, ao menos por enquanto, as coisas ficariam bem. Toco seu ombro, para dizer que estou ali, assim como seguro seus cabelos. E claro que faço aquela pergunta, como não perguntaria? Contudo você não responde, apenas se encolhe no chão, analisando sua mão, notando o estrago que tinha ocorrido ali. Noto como seu rosto está pálido e como você parece frágil agora, Paige, algo que, mesmo quando você estava tão alto, não era visível. Mas aquilo... Era pior que qualquer droga ou qualquer situação que você tenha se enfiado, não é? A confusão. Medo. Vergonha. Tudo era bem nítido em seu rosto. Ainda assim, você me dava a liberdade de ir embora... E embora não demonstrasse, para mim, era bem claro que você enfrentava um misto de sentimentos. Por mais que me quisesse longe, para não te ver vulnerável daquele modo, também precisava de mim... Mais do que precisou a noite inteira.

Não te respondo, mas me levanto rapidamente. Caminho pelo quarto e apanho uma das toalhas que usamos, a jogando sobre a poça de vômito, logo voltando ao banheiro, remexendo nas coisas dispostas no armário do banheiro, ao passo que ligava a banheira, que nem tínhamos usado, até então, só o chuveiro. Minutos depois eu retorno ao quarto e, sem hesitar, novamente te pego no colo, Paige. Te carregar no meu colo foi o que mais aconteceu essa noite, por que seria diferente? Eu sequer hesito. Tenho o mesmo cuidado e carinho que tive todas as vezes. Talvez até mais agora.

Já no banheiro eu te acomodo na pequena banheira, afinal era uma simples banheira para uma pessoa só. A água estava bem quente, talvez até um pouco a mais do que seria agradável, mas era proposital. Eu queria que aquele calor excessivo fosse uma vertente em sua mente, e não o que havia acontecido ou as consequências daquilo. Sobre o vaso você talvez note o kit de primeiros socorros que apanhei no banheiro. Rapidamente eu me sento na borda da banheira e tomo sua mão, já apanhando o antisséptico em spray para borrifá-lo sobre seus dedos, limpando os ferimentos lentamente. Enquanto o faço, meus olhos voltam-se aos seus. Finalmente deixo meu silêncio, que já havia te respondido se eu iria embora ou não - Você ainda não me respondeu, marquesa... - Esboço um meio sorriso, bem fraco, é bem verdade, mas era o que o meu social permitia. Porque, mesmo em meio aquilo, você ainda precisava de mim, Paige.
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Mensagem  Paige Moreau Qua 06 Nov 2019, 14:34

Exato.
 
Eu nunca denotei fragilidade durante toda a noite, nem mesmo quando estava tomada pelas drogas, eu sempre demonstrei aquela superioridade que te encantava, aquele ar de independência e desafio, eu sempre me mostrei no controle da situação, ou dividindo o mesmo com você.
 
Mas tal como você se sente imponente perante a situação, é como eu me sinto, não sei o que diabos está acontecendo comigo e como controlar, simplesmente apago e quando abro os olhos estou naquela situação, vergonha, medo, desespero, tudo isto me ronda, tudo isto rouba minha pose, me impede de empinar meu nariz e ser uma Marquesa, como fui a noite toda. Era pior que tudo, era não sentir que tem mais controle do próprio corpo e faz as próprias escolhas, é sentir que algo te controla como uma marionete, e não é algo bom.
 
É algo terrível.
 
Pavoroso.
 
E a única forma de não sentir isto...são as drogas, você entende agora, Nate? Liga todos os pontos daquela noite e do meu comportamento? Porque uma menina tão perfeita e que tem tudo e se mostra tão senhora de si faz uma merda destas? E se coloca em posição de poder ser subjulgada ou usada pelos amigos patéticos?
 
Mas no fundo eu digo o que preciso, eu digo que você pode ir embora, mesmo que eu não queira dizer, não consigo ser completamente egoísta naquele momento, não como fui a noite toda, não como fui quando te envolvi nisto.
 
Você não responde, e eu apenas fico ali encolhida de cabeça baixa, sem ter coragem de me mover ou falar qualquer outra coisa, mal vejo quando você cobre o vomito com a toalha, escuto barulhos no banheiro, mas estou atordoada demais para pensar sobre o que pode ser. É como se nada mais importasse ou fizesse diferença, tudo perdia seu brilho ao passo que eu perdia o controle de tudo. Penso ter ouvido o som do chuveiro, é quando você retorna ao quarto, e se aproxima, eu viro o rosto e te encaro de canto de olhos, ainda não diretamente. Você novamente me apanha no colo, e desta vez eu fico quieta, não envolvo meus braços a seu pescoço ou faço brincadeiras para te provocar.
 
Quieta.
 
Você me apanha com todo cuidado do mundo e me acomoda na pequena banheira, eu apenas volto os olhos a você, conseguindo te olhar diretamente agora. Sinto como a temperatura da agua está quente, e por um momento esvazio minha mente de qualquer pensamento, e sua imagem ocupa tudo. Você se senta a borda da banheira, tomando minha mão ferida, e eu apenas sigo seus movimento com os olhos, para logo após te olhar diretamente nos olhos, vendo que você passava a limpar meus ferimentos, você me fala aquilo, e dava aquele sorriso fraco.
 
E eu suspiro fundo, enquanto deixo você cuidar de meus dedos de unhas imperfeitas agora, sinto alguma dor, mas não esboço, não tem espaço para ela agora.
 
- Estou enfiada em um buraco o qual você não devia entrar, Nathaniel, eu não sei o que está acontecendo, e não sei como você ainda não saiu correndo por aquela porta.
 
Suspiro fundo fechando lentamente os olhos, acomodando melhor as costas a banheira e esticando as pernas como consigo no espaço pequeno e por fim sussurro.
 
- É o que eu faria....
 
Os olhos se abrem novamente e buscam os seus.
 
- Não está assustado?
 
A pergunta soa até ingênua, levando em conta...a atual situação.
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Escapando das consequências Empty Re: Escapando das consequências

Mensagem  Nathaniel Bennett Qua 06 Nov 2019, 16:28

Sim, eu compreendo agora perfeitamente. Talvez tenha sido bom eu não ter te julgado desde o começo, não? Agora eu não me sinto culpado. Acho certo? Não, nem de longe, e acredito que deve existir outras saídas. Mas não te condeno por isso. Ao invés disso, preparo aquele banho excessivamente quente, remédios e te levo para o banheiro. Ver que você não reage quando eu te pego no colo é horrível, principalmente depois de tudo o que passamos hoje. Claro que não digo nada, apenas te acomodo na banheira. Seus olhos me buscam, mas eu me foco em suas mãos, limpando-as com o antisséptico, removendo sujeiras, talvez pedaços de unhas soltas, e as deixando do melhor modo que posso. E, em meio a esse cuidado, finalmente volto a falar, buscando novamente seus olhos.

Você me dá aquela resposta, e eu movo a cabeça de modo positivo. Como se concordasse com o que você dizia. Com o que exatamente? Eu mantenho o olhar sobre suas mãos, deixando o remédio, pouco a pouco, amenizar a dor, mesmo que minimamente, já que o efeito anestésico do antisséptico era ridículo perto de um ferimento daqueles - Assustado? Claro que estou, acho que nunca me assustei tanto na vida e, vindo de um cara que já passou por onde eu passei, isso é muito... Mas eu não sou do tipo que sai correndo, marquesa... Então não, não vou sair correndo pela porta. Talvez eu saia correndo quando tiver que pagar a conta, certeza que vão cobrar uma limpeza bem cara pelo carpete... - Eu movo a cabeça negativamente, ainda olhando para suas mãos, logo apanhando a oposta.

Mais spray. Mais concentração - Eu não... Sei o que você tem, mas... - Respiro fundo, tentando encontrar palavras. Eu sou bronco, não sou muito bom em usar as melhores palavras. Até tendo, mas nunca dá muito certo - Eu não acho que se drogar seja a melhor saída. Talvez seja a mais fácil. Ah... Coisa falou comigo... Disse que quer que eu descubra quem matou ela. Você já tinha ouvido algo parecido vindo dela? Já falou com você, de algum modo? E é, eu sei que é absurdo, mas... Talvez seja importante para... Sei lá, resolver... Você pediu para que eu te tirasse do escuro, não é? Acho que começa assim... - Novamente procuro seus olhos, ainda que por pouco tempo, já que me focava em suas mãos a seguir.
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