A Festa da sua Vida

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Todos vocês são tratados iguais. Não é o que vocês querem? Igualdade. Bla bla bla.
 
Até você Damien. “O primeiro-damo” tratado como um reles...Omega?

Lionel acordou sentindo a pele do rosto pegajosa, um dos pepinos estava colado em sua testa enquanto o outro estava no lençol ao seu lado, que por sua vez estava todo manchado de uma meleca esverdeada. No criado mudo alguns potes de cremes destampados e uma caixa de lenços umedecidos com um bilhete.

“Amor, não quis te acordar. Não vamos juntos ao baile, tenho assuntos para resolver, mas te encontro lá. Te amo. Ethan. <3”

A princípio Lionel encarou o bilhete sem saber o que pensar. Estava com a testa franzida, o que fez a fatia de pepino cair em seu colo. Era fato que Ethan estava muito sumido ultimamente, mas como se viam toda a noite, aquilo não o havia incomodado. Pelo menos não até agora. O que era tão importante para ele não levá-lo ao baile e manter segredo.

Não que Lionel tivesse perguntado sobre, mas se tivesse, será que ele realmente responderia? Milhares de coisas passavam na cabeça do rapaz enquanto ele encarava o pedaço de papel com a caligrafia caprichada. Será que esse tempo em que Lionel andou fazendo merda Ethan arrumou outro e agora estava tendo que se dividir? Será que estava com ele por pena? Pobre menino rico.

O rapaz dobrou o bilhete e guardou na gaveta do criado mudo, começou a pegar lenços de papel e tirar o resto do creme que ainda tinha no rosto. O olhar estava perdido no quarto como que, mesmo Ethan fazendo todas as coisas carinhosas que fazia, ainda houvesse uma dúvida sobre o que ele sentia. Será que Lionel realmente era um estorvo na vida do rapaz, assim como gossip dizia? Talvez fosse melhor que Ethan tivesse outro, pelo menos era mais fácil o rapaz ser feliz sem ter que aguentar ele.

Mas toda aquela insegurança, aquilo não era dele. Lionel pisava nas pessoas, não era pisado. Lionel chutava as pessoas, não era chutado. Mas só de pensar que Ethan podia... Não, era paranóia da cabeça dele, era a merda de um vermizinho em sua cabeça deixado pela escuridão que fazia ele ter medo. Era a voz de Sarah sussurrando em seu ouvido esse monte de besteira.

Ele se levantou decidido. Ethan tinha seus motivos para fazer o que fazia e ele não tinha que ficar pensando nessas porcarias, fazendo teorias que no mínimo eram um monte de besteiras. Se bem que... Não, hoje ele iria chegar no baile de limusine e seria o centro das atenções. Mesmo sozinho!

O rapaz tomou banho e, quando estava saindo resolveu passar no quarto do irmão. Só pra ter certeza que não seria o único a entrar sozinho no evento, mas o quarto estava vazio. No mínimo Simon estava trabalhando. Não importa, ele se basta.

Lionel chamou um carro e saiu as compras no centro. Já nem se importava com o carro preto dos seguranças que o perseguia pela cidade enquanto ele visitava várias lojas, mas só pensava que eles podiam ser mais úteis se carregassem as sacolas.

Almoçou em um bom restaurante e passou o dia em um salão/SPA, cuidando da aparência para estar estupendo a noite. Não iria a Omega mais, sairia dali direto para a festa e quem achasse ruim que abrisse um processo.

Bem alinhado, com um smoking preto que custava mais do que um carro popular, ele entrou na limusine que o aguardava. Estava adiantado, então se deu ao luxo de aproveitar um pouco o conforto do veículo.

- Estamos adiantados. Dê um giro pela cidade antes de ir pra lá. Eu mereço algumas taças de champanhe e os seguranças estão precisando trabalhar um pouco. – Disse ao motorista e em seguida subiu a divisória escura.

O carro parecia grande demais apenas para ele, o que não deixava de ser verdade. Talvez devesse ter chamado alguns amigos, mas era para o Baile da condessa, não uma festa onde podia levar quem ele quisesse.

Ligou uma música alta, as luzes e estourou uma garrafa de champanhe. Não conhecia a música, as luzes eram bregas e o champanhe estava longe de ser o seu favorito, mas iria aproveitar a noite, seria sua noite.

Olhou para a limusine vazia enquanto lembrava do dia em que voltou para a Omega com Nate e Glenn, bebendo e se divertindo. Mal sabia que aquele seria o início de um inferno na vida de todos.

Lionel ouvia as vozes em sua cabeça, que falavam sobre Ethan, sobre todos. Ninguém realmente gostava dele. Ninguém merecia estar ali com ele. A limusine era sua e de mais ninguém e ele bem sabia como fazer essa voz maldita ficar quieta. A taça era enchida novamente.

Demorou um pouco, mas ele chegou a mansão da Condessa de Monique. Grandes coisa, título de realeza não interessava nada hoje em dia, que ano será que ela acha que a gente ta? Será que estagnou na idade média.

Lionel saiu do carro, com a porta aberta pelo motorista. Estava com o rosto corado e sorria um pouco demais, mas não estava bêbado, apenas um pouco mais feliz. Champanhe não embebeda ninguém e ele não tinha chego na metade da garrafa.

- Bela casa, lembra muito a ala oeste da mansão Kurt. – Dizia pra si mesmo.

Ia para a entrada e ficava tirando fotos um pouco demais e então se dirigia para dentro do salão ricamente decorado. Garçons circulava e convidados que ele não conhecia conversavam entre si. Os olhos varreram o lugar e as únicas pessoas que reconheceu foram o irmão e a Madison.

Ótimo, não desgostava da Madison, mas ter que aturar o irmão. Enfim, já eram ruim de mais ter entrado sozinho, não ia dar uma de isolado e sentar numa das cadeiras num canto.

Pegava uma taça com um dos garçons e se aproximava dos dois, sorrindo. Eles podiam notar que o rapaz estava corado um pouco demais.

- Como sempre, os ingleses são os pontuais. – Dizia mais para Madison do que para o irmão. – Você está ótima Mad. – E então olhava para Simon. – Você também irmão.

Claro que o sorriso beirava o irônico ao olhar para Simon, visto que ele estava vestido igual qualquer outro dia, mas Lionel queria testar até onde a bondade pré vice-presidência de Simon ia.

ROUPA

LIMUSINE

INTERIOR LIMUSINE

MÚSICA

Noite de festa memorável.

O que poderia dar errado?

A limusine com Tim e Brigitte avançava suavemente a caminho da festa.

Até que, quando estavam mais próximos... Vinha o impacto na frente do carro.

Vocês ouviriam o motorista xingar, se não estivessem isolados atrás.

Contudo, ao descerem, encontrariam a frente da limusine bem destruída, com vapor do radiador cuspindo água.

- Mil perdões! Eu não vi você! Não precisa ficar tão bravo! - Pedia a garota que dirigia um Jeep Renegade vermelho, ao irritado motorista.

Ela inclusive levava uma das mãos a cabeça - O Airgbag... Me machucou... - Ela dizia, com uma voz embargada e os olhos marejados, conforme caminhava até Tim assim que ele descia, praticamente se jogando nos braços dele - Você pode me ajudar, por favor? - A loira pedia, conforme envolvia os braços na nuca de Tim e soltava um pouco do peso.

A loira era linda, Tim, e usava um vestido amarelo florido, com um sapato de salto alto rosa.

O tecido, bem fino, marcava cada curva do corpo dela... Até mesmo dos seios, ambos com piercings marcando o tecido.

O motorista, por sua vez, logo sacava o celular, pedindo perdão pelo o ocorrido, informando que solicitaria outra limusine o mais rápido possível para levá-los.

Garota

As duplas foram formadas, Sofia e Selina iam tentar achar o totem ligado a Keiysuke, e Charlie e Madison iam cuidar do ligado a Brigitte, por sorte o da garota estava no quarto dela e de Hannah, as duas não teriam grandes problemas, e nem imaginavam o que as outras duas colegas estavam aprontando. Certamente a Presidente iam prender elas na ala psiquiátrica de DUX.

Ou na delegacia com o Castle, não sabia qual o pior.

Charlie cuidou de distrair as ZBZ’s, enquanto Madison cuidou de “limpar” o quarto, fazendo o que disse que faria, empurrar a cama, queimar o local onde a coisa estava, e apagar o fogo com uma lixeira de metal, o restante com os ossos ela tirou da Casa Rosa, e levou para o Cabeça, dando o devido fim. No máximo precisaria repor alguns pacotes de sal grosso do estoque, as cinzas? Jogou em água corrente, num rio que corria por Cambridge.

Veio da natureza, que voltasse para ela.

Conseguiram respirar aliviadas, Madison mandou uma mensagem para Charlie avisando que estava voltando para a ZBZ.

Assim que chegou foi tomar um bom banho e para sua alegria achou duas caixas sob sua cama, uma com as iniciais da Condessa e uma de Simon. Ele deve ter mandado alguém comprar algo para ela, no mínimo.

Abriu a caixa dele primeiro, claro – desculpa colega – e se encantou no vestido, seda num tom beirando do vermelho para o vinho bordo. Ia contrastar com o tom de pele dela mais morena, um tanto pelo seu amor ao bronzeamento e sol, um tanto pela descendência espanhola da mãe.

Em seguida, ainda de roupão ela viu o da Condessa, e era no mesmo tom, porém de veludo, os dois conversaram sobre seu gosto pela cor? E agora o que faria? Afinal ela havia encomendado um azul, já que Simon adorava a cor, mas foi pelo bom gosto do homem, afinal ele dizia no bilhete que ele mesmo escolheu, poderia dar os créditos.

Vestiu-se em frente ao espelho, prendeu o colar do tecido em torno do pescoço, sandália vermelha, e um par dos poucos brincos que ela aceitou dele. A maquiagem foi básica, mas servia para ressaltar a beleza exótica da garota.

Permitiu-se parecer mais mulher do que menina, por hoje.

Ouviu duas batidas na porta do quarto, uma colega vinha lhe chamar, anunciando Simon, ela sorriu e agradeceu, ficando curiosa quando a Sharon disse, “ele está lindo!”, enfatizou o lindo, ela riu de leve, e pegou a bolsa, a garota foi na frente dela, e Madison desceu sozinha a escada, sem olhar pra baixo, com o porte de uma lady sim, valha-me Deus os bons anos em passarela e eventos, ajudam.

O vestido ficou perfeito sim, parecia que ele conhecia bem as medidas dela, sem ter tocado na garota antes.

Tinha de dar o braço a torcer, mais uma vez.

- Fui avisada que você estava lindo, mas não faz jus, você está magnifico, Senhor Kurt. – Vamos entrar no jogo, já que ele gosta disso.
Se o olhar fosse atento veria um brinco que ele deu, e um anel delicado na mão direita.

A tatuagem de girassóis estava mais visível, quem sabe o olhar se fosse mais atento veria a palavra – hammer / martelo – estampada em uma fonte bonita. Isso é algo que ele nunca viu, provavelmente.

Os dois então iam para fora, ele abria a porta do carro para ela, entrava colocando o cinto, e logo estavam indo para a festa de Angeline. Bem, a noite poderia ser regada a investigação, bruxaria, vodu e afins, mas ela escolheu pelo menos por enquanto, não tocr a fundo no assunto.

- Todas preocupadas, algumas acusando, outras defendendo, e a maioria se preocupando mais com a festa, tudo normal... – Olhava pelo retrovisor, realmente não estava acostumada com isso, seguranças.

- Fizemos algumas descobertas, mas falamos em outro momento sobre. – Falou de um jeito formal, como alguém tratando de um assunto incomodo agora, iam dividir com o grupo depois. E todos estavam no grupo do Sobrenatural, bastava ler que saberiam melhor do que se tratava.

-  Nossa... – Se ficou impressionada? Sim, visitou algumas mansões do pai, mas ele apesar de toda fortuna não possuía, pelo menos que ela soubesse, um imóvel daqueles. Por alguns segundos sentiu-se pequena, insignificante.

Como quando visitou a casa dos Moreau com Louis,  e foi apresentada ao pai dele e mãe.
Óbvio que foi tratada com educação, mas sabia mais tarde que era apenas mais uma das diversões de Louis.

- Se a intenção é intimidar, conseguiu. – Tomou o braço ofertado por ele, recuperava-se do baque da visão daquele prédio vitoriano e seguia para as fotos, para em seguida netrarem na recepção e ela pelo menos se deslumbrou com a decoração das áreas do interior do local.

- Valsa…? Você ficaria surpreso, Simon… - Deu um sorriso de canto e desviou dos olhos dele, pouco sabe que ela voltou a bancar a líder cheelerander que já foi nos dois primeiros anos do colegial, no último saiu do cargo para cuidar da mãe, foi a fase infernal da sua vida.
Óbvio que estava enferrujada, voltou a dançar no Coyote quando trabalhou lá, e vez ou outra frequentava as aulas de jaz.

Agora procurou uma professora, porque queria pelo menos não fazer feio no teste de cheerlander, mas pediu uma coreográfia totalmente for a do comum para não passar no teste.

- Angeline não está a vista, creio que ela vai aparecer depois, alías, devo lhe contar que fomos convidados para um jantar particular com a Condessa Grimaldi e o Senhor Kennedy. Fui conversar com ela, pedir que se cuidassem, afinal são dois membros importantes aqui em DUX, e ela gostou disso. Ela me lembra a Paige, e seu maravilhoso humor… - Chegou e rir baixo quando lembrou da amiga, e seu bendito bom humor satânico.

Que ela continue tendo ele por mais tempo.

Sentia saudades, ela não respondeu as últimas mensagens.

- O que… Você é sádico, Simon! – Olhou furiosa para ele, fingindo estar, claro.

- O Senhor sabe que eu sou curiosa, peste! – Pegou uma taça de champanhe também.

- Eu devia ter montado um esquadrão para te bombardear ontem, isso sim… Deixa para a próxima. – Desviou o olhar de novo, e sim por alguns segundos ela se demorava, ele estava mesmo muito bonito.

Charming.

- Nosso jantar foi transferido para amanhã, tá? Ia ser hoje, mas suponho que se você fosse faltar no baile da condessa, ia ficar chato para um futuro vice-presidente. – Encarou ele agora, sorrindo de novo, bebia um gole e olhava para a deocração também, gostava dos detalhes.

- Alias, você teve concorrência no quesito vestido, Angeline me deu um da mesma cor, vocês combinaram? - Perguntou curiosa.

Lionel vinha cumprimentar eles, ela largava Simon por alguns minutos e abraçava com força o rapaz.

- Impecável, meu Deus como você está lindo, meu bem! - O meu bem dela soava tão bonito, era bem querer, de verdade.

- Ethan e Hannah estão vindo? - Olhou em volta, mas nada deles.

VESTE

CABELO E MAQUIAGEM

Adendo

Lionel retribuía o abraço de Madison sorrindo.

- Você gostou? – Ele dizia dando uma volta. – Demorei horas para escolher, e acabei ficando com o preto mesmo. – E então ria e bebia um gole do champanhe.

Simon também o respondia, o que fazia Lionel fechar um pouco a cara, mas não seria seu irmão que estragaria sua noite.

- Ah, já tem você na família que se veste de pinguim todo dia, não precisamos de mais. E fora que, o que eu ia fazer na liderança de uma empresa? Reclamar do cabelo das secretárias e dar dica me moda pros funcionários? – Ele ria, sabendo que Simon desaprovaria totalmente aquela piada.

Madison então perguntava sobre Ethan e Hannah.

- Ah, não sei... Ethan saiu antes mesmo de eu acordar e disse que me encontrava aqui. É até melhor, assim posso me divertir um pouco antes dele chegar. – Lionel então virava a taça e acenava para que lhe trouxessem mais uma.

Brigitte saiu do Hospital acompanhada de seu primo, ele ficou ali todo aquele tempo esperando ela acordar, foi embora a noite, segundo a enfermeira quando não se podia ter companhia no quarto, e voltou pela manhã. Era uma manhã bonita de sábado, ela acordou do nada daquela escuridão toda, poder mexer o corpo e ter controle sobre ele era fantástico, acordar na verdade bem em um local protegida dava uma sensação boa, mesmo sabendo que de todo mal que ia enfrentar ainda, correndo o risco de ser presa e condenada e morte.
Seriam dois fantasmas que a assombrariam nestes próximos dias.

Saiu de lá carregando o buque de girassóis, ele ainda lembrava o quanto ela gostava daquela flor.

- Eu juro que contestaria o celular em outra ocasião, mas preciso mesmo, o meu ficou um lixo depois do tombo. Obrigada, Tim... Não sei, tive uma convulsão e alguém me ajudou, graças a Deus, não sei quem é... Nunca fiquei doente, nunca. Quanto mais convulsionei na vida... Ninguém da nossa família tem isso, também. – Deixou escapar o apelido dele, estava emotiva? Talvez, no caminho para a ZBZ nem ia conseguir ver o número de chamadas dos pais e dos irmãos, e da agente, claro.

Acabou ligando rapidamente para os pais avisando que passou mal por causa de pressão alta, e ficou em observação no HU, que eles avisassem os irmãos, os pais estranharam, claro, pois, ela jamais teve problema de pressão, ela contestou dizendo que era pelo nervosismo em relação a Universidade.

Tim poderia ver que ela estava odiando mentir para eles, mas contar a verdade? Nem em seus piores sonhos.

Ligou para a gente dizendo que estava com um número provisório, e ela já lhe passava sobre a apresentação de hoje, tinha cinco minutos para decidir, claro que ela aceitou, sentia-se bem e precisava passar esta imagem a todos.

Além do mais seria uma contribuição ótima para a Fundação Mis Stone.

- Claro, aceito, será hoje a noite? Ok, obrigada, Sra. Evans. – Desligou o celular, e ficou levemente tensa, uma apresentação encima da hora, sem um repertório pronto teria de passar o restante da tarde organizando isso, e selecionando as músicas a serem tocadas, além de se arrumar.

Pelo menos o contratante lhe enviaria um vestido, não precisava se preocupar com isso.

Chegavam nas Fraternidades.

- Obrigada de novo, Tim, vou entrar e me arrumar, alguém me contratou hoje para um evento, parece que vou também, fizeram sigilo do contratante, agora preciso ajeitar o repertório e me arrumar. Graças que tenho tudo sempre organizado. Até mais! – Saia do carro e dava um beijo de leve na bochecha dele, parecia mais leve? Talvez fosse apenas a chama brilhando mais antes de apagar.

Ele oferecia carona e ela aceitava, chegar de táxi não seria viável ao nível do contratante, claro.

Passou as próximas horas se arrumando, o vestido era lindo, todo dourado, cabelo e maquiagem ela mesma fazia, tinha dom para isso, benditas aulas da irmã mais nova.

E sinceramente, Brigitte não precisava de muito para ficar bonita, porém ela estaria esplêndida.

Descia a escada com calma, levava consigo seu violino especial, na maleta de couro, foi presente de um Maestro da Orquestra sinfônica de Berlim.

- Ah... Obrigada... – Ficou sem graça, claro que ficou, havia algumas colegas ainda ali terminando de se arrumar, e viram os dois, e viram um Ômega dando um presente para uma ZBZ, e um caloura ainda.

- Desculpa, não tenho nada para te dar... – Estava sim sem graça, não pensou em nada, porque ficou tão centrada em trabalhar no restante da tarde que nem pensou em comprar algo, bem, nem teria como comprar algo daquele nível de presente.

Eles então entravam na limosine e começavam a seguir para o evento.

- Isso faz lembrar o Baile de inverno na sua antiga escola, saímos de limosine, e fomos ver Caça-Fantasmas vestido de gala, comendo pipoca e tomando Pepsi... – Ela chegou a rir lembrando disso, mas ambos levaram uma bronca enorme depois da mãe dele.

Pelo menos ela conseguiu tirar uma foto bonita deles antes de saírem da Mansão.

- Sua mãe ficou furiosa conosco... – Olhou em volta e viu uma caixa de chocolates.

- É aquele chocolate belga...? Nós roubamos a última caixa do seu irmão no Natal, quando eu tinha... Quinze anos? E comemos no telhado da Mansão esperando o Papai Noel descer pela chaminé, isso me faz lembrar como meu pai não ficava bem vestido de Papai Noel quando eu era pequena... – Boas lembranças em um curto espaço de tempo, porque logo acontecia algo.

Claro que ela colocava o cinto de segurança e mandou ele fazer o mesmo antes.

Por sorte, ou iam se machucar com o baque.

Alguém atravessou a estrada ou algo assim e bateu na frente do carro.

- DEUS.... – Ela levou as mãos contra o banco, o violino protegido com as pernas.

- Tim... Você está bem? – Não se machucou, apena foi susto.

Os dois saiam o veiculo e iam para fora ver o que aconteceu, um jipe bateu de frente com a limosine, e pegou em cheio, por sorte não parecia ter feridos graves no outro carro também, como já tinha dito, apenas um susto.

Mas, a moça loira e cambaleante surgia e se jogava os braços do primo.

- É, parece estar mesmo mal... – Falou de um jeito ácido cruzando os braços, pegou a bolsa, com o celular, e chamou um carro da LIFT.

- Timothy, melhor vocês levarem ela para um pronto socorro, eu preciso ser pontual, não posso me atrasar, é um evento importante. – Havia um veiculo por perto, ela iria tão logo ele chegasse.

- Sabe que sou pontua, não posso mesmo me atrasar, e a garota não pode chegar no pronto socorro sozinha. – Olhava a localização, perto.

VESTE

CABELO E MAQUIAGEM

Era tanta coisa acontecendo... Era como Madison dizia, nunca acaba.

A vontade de abandonar tudo era imensa.

Mas Paige dizia que era necessário ficar, para que ela pudesse preparar terreno do lado dela.

Para vencer uma guerra, deve-se enfrentar várias batalhas.

Contudo, colocar Charlie, ou mesmo os demais, em risco, era assustador demais.

E o que movia tudo aquilo? Era o lugar? Éramos nós? Nos seguiria onde quer que fossemos? Meu filho estaria seguro?

Tantas perguntas e nenhuma resposta.

E, para piorar, com tudo isso, mal temos tempo para ficar juntos.

Os conselheiros nos bombardeiam constantemente com coisas para fazer, problemas para lidar e etc.

É no mínimo exaustivo.

Tomara que, na festa, ao menos tenhamos algum tempo juntos, de tranquilidade.

- Eu só estou torcendo para não acontecer nada de ruim... Por uma noite de paz, sabe? Precisamos muito de um tempo. Principalmente um tempo a sós, sem ninguém morrendo ou sem corpos perdidos... - Talvez isso tenha sido... Frio.

Mas, como eu poderia pensar diferente, depois de tudo?

Corpos e coisas ruins acontecendo tem se tornado rotina.

A McLaren P1 avançava lentamente pela estrada e logo era possível ver a... Aquilo era uma mansão? Meu Deus.

- É... Ela é da realeza mesmo... - Digo em um tom levemente mal humorado.

Foco, Louis, ou você vai estragar todo tempo bom que tiver - Desculpa... - Peço, logo em seguida, respirando fundo, já sentindo um pouco de dor de cabeça.

Logo estaciono em frente ao exército de manobristas e desço devagar, abrindo a porta gaivota, logo dando a volta para dar a mão para Charlie e ajudá-la a descer.

Tentando manter um sorriso amigável para os flashes, afinal era a festa de uma condessa, não é?

Visto um terno azul marinho, em um tom tão escuro que se torna quase preto. A lapela, por sua vez, era preta, assim como a gravata, mesclando-se perfeitamente com a camisa de tecido leve.

McLaren P1

Roupas

Eu nem deveria estar aqui.

Depois de tudo o que aconteceu... Que eu vivi.

Acho que o melhor a se fazer era eu ter realmente ficado preso. Mereço morrer pelo o que fiz.

Simon, e a equipe dele, conseguiram me livrar da cadeia. Preciso avisar cada passo que dou agora a polícia, não posso sair do estado, e tenho que cooperar.

Como se já não tivesse cooperando.

A verdade é que eu só vim por causa da Selina.

Primeiro, por causa do bilhete dela, com o Frodo que eu mantinha no Athena.

E o próprio Athena ter pego fogo.

Foi totalmente destruído.

Se eu não estivesse em coma, sabe lá Deus porque, eu seria o principal suspeito.

Preciso acessar o sistema de segurança, para ver o que aconteceu... Mas perdi todo meu equipamento.

E comprar algo, agora, sem ter um lugar seguro, é perigoso.

Ou seja, mãos atadas.

Preciso entender o que houve.

E... Pagar pelo o que fiz, caso eu realmente seja o culpado.

E... Devo ser, não é?

O Rolls Royve Phanton do Lifty estaciona em frente a festa da condessa Fru-fru e eu abro a porta antes que o motorista, ou algum manobrista, o faça por mim, a fechando em seguida.

Colocando a mão um pouco diante do rosto, só avanço rapidamente, para entrar logo, ignorando as pessoas e as fotos que eram feitas ali.

Só quero... Sumir.

Roupas

Já esperava todo reteteu possível por causa do celular, mas ao menos ela não negava. - Os policiais pegaram o meu também, então novos com novos números e as contas estão em nomes de terceiros. Precaução demais talvez? Nem quero saber... Mas preferi prevenir, mas não se preocupem que são telefones empresariais.

Ouvia o relato e ainda estava remoendo essa coisa toda da convulsão. - Não faço ideia do que pode ter sido isso também, você sempre foi a mais saudável de toda a família! - Por sorte estava preocupado com tudo ou teria deixado escapar o sorriso com o apelido.

Ficava ao seu lado enquanto fazia as ligações e devidos informes, olhava pro nada, as vezes pra você, mas sem dar a entender que estava de olho no que fazia, mas era difícil não te olhar. Mesmo depois de sair de um hospital, era difícil não te olhar.

- Só vi vantagens. - Falava a respeito da festa. Talvez eu devesse me informar melhor a respeito dela já que tinham contratado a Bri e minha nossa eu começava a parecer um psicopata. Não podia fazer isso, mas ela pela segurança dela, não é? E em meio a preocupação ganhava um beijo no rosto e isso fazia tudo desaparecer.

Não conseguia falar nada, só observar ela se afastar. Descia o carro e fazia as ligações devidas para resolver todo o planejamento da noite e pontualmente estava lá, mas não importa quantas vezes a tivesse visto arrumada, eu não estava pronta pra aquela visão.

- Uau... Você está... uau... - Não conseguia terminar a frase e apenas sorria. Um sorriso enorme. - Não se preocupe. Garanto que quem tá saindo ganhando sou eu... - Nem ligava pra quem estava vendo ela ganhando um presente e afins. Só tinha olhos pra ela e minha nossa como estava linda.

- E acabou sendo a melhor noite de todas! A mãe ainda não superou isso. Vez ou outra reclamava por não ter seguido os protocolos e blablabla... - Virava os olhos e fazia um gesto espantando essas ideias.

A ajudava a subir na limusine e ria com a lembrança do roubo do chocolate. - Eu tive que comprar outra caixa pra ele depois... O maldito me ameaçou e quase colocou fogo nos meus quadrinhos. - Fingia um arrepio com a lembrança e ria. - Seu pai é incrível.. Sempre fazia de tudo pra divertir e aproveitar o espírito do natal de verdade. Era sempre.. Mágico. Mesmo que a gente já estivesse velho pra papai noel!

Colocava o cinto depois dela reclamar tanto disso e minha nossa, como agradeceria por isso nos instantes seguintes. Sentia o impacto e as mãos iam logo na direção dela como se tentasse além de tudo dar uma segurança extra além do cinto. - Caralho... Tô bem... Você se machucou? - Já estava soltando meu cinto e indo retirar o dela e conferir se ela não estava machucada passando a mão pelo rosto dela e tirando os fios da frente. Também olhava o local onde o cinto a tinha segurado.

Descia do carro e estendia a mão pra ela descer. Já via o motorista reclamando com a moça que já se jogava em cima de mim. - Oooopa... Calmaê... - Com certa facilidade a afastava um pouco da frente da porta do carro, já que ela estava praticamente pendurada no meu pescoço, pra que Brigitte descesse com calma e sim ainda estendia minha mão pra ela usar como apoio para descer mesmo com a loira pendurada no meu pescoço.

- O senhor está bem? - Perguntava ao motorista dando uma olhada nele procurando caso tivesse algum vestígio de sangue ou algo assim. - Por favor, veja se tem outro veículo próximo, ok? Se preciso o senhor também vai pro hospital. Não precisa se preocupar.

Admito que só sabia que ela era loira pelos fios de cabelo que se enroscavam na minha barba. Respirava fundo a vendo já chamar outro carro. - Não dá pra esperar a outra limusine chegar? Você pode ir nela e eu espero a ambulância chegar. - Olhava pra loira e a colocava sentada no banco da limusine com a porta aberta. - Vou chamar uma ambulância pra te socorrer já que está machucada. Pode ter sofrido uma concussão.

Olhava pro rosto dela procurando sinais de pancada, algum hematoma surgindo, algo assim. Já estava puxando o celular do bolso e discando o número. - Tem alguém com quem a senhorita queira falar? Ligar pra alguém e avisar do acidente? Parente ou Empresa de seguro do carro? - Mal notava os piercings ou vestido ou qualquer coisa. O olhar era direcionado ao rosto dela sempre quando se dirigia a ela.

Ele estava diferente, e Deus como ela queria que tudo não fosse apenas fingimento, porém aprendeu algumas coisas naquele tempo em DUX, e outras antes disso. Pessoas como Simon Kurt são transparentes demais quando querem ser.

Ele não conseguia disfarçar bem o que sentia, muito menos coisas que o desagradavam, e em momentos não tão raros em que o via contente, feliz mesmo, se tornavam mais rotineiros, bastava colocar ele perto de uma criança, ou ficar a sós com ela, que mudava.

E ultimamente ele parecia querer de algum jeito levantar a autoestima dela. Bem, a esta altura do campeonato, ele já deveria ter notado que a dela não era tão forte quanto ela é como pessoa. Madison pode enfrentar Sem Face de boa, mas quando algo tocava no calcanhar de Aquiles dela, o social, seu eu, isso era anulado em uma boa porcentagem.

Simon dava algumas respostas atravessadas com aquele humor picante, que a fazia mexer o pé direito perigosamente vez ou outra para o lado dele, e tentava a todo custo evitar a vontade de enfiar o salto no sapato perfeito dele. Ela parecia uma criança birrenta sim, porém ao contrário do que ela pensava ele gostava disso.

- Um homem que disse no bilhete ser meu futuro namorado escolheu, não sei como ele sabe como as medidas do meu corpo, mas tem sim bom gosto... – Nem olhou para ele quando respondeu isso, mas estava segurando o riso sim.

Ar leve, luzes bonitas para lá e para cá, cheiro de algumas flores que ela conhecia, outras não, comida boa, aromas de várias coisas na verdade, Madison se encantava por aromas, pelo tempo que passava em cozinhas, e pela mão maravilhosa da mãe ao fazer almoços e jantares quando estava boa.

- Eu danço sem problemas, meu par talvez não entre no ritmo... – Ela segurou o riso de novo, deu um tapinha no braço dele de leve, claro que ele deveria saber dançar, mas uma pequena provocação era válida.

- Damien é comportado, pelo jeito a Angeline colocou freios nele, ele não seria idiota de aprontar nada. E como você disse, são bons contatos, Senhor Kurt. – Piscou para ele, estava satisfeita, não fazia ideia de como seria jantar apenas com o casal, ainda mais duas figuras tão ilustres, via os dois como dois coringas em um jogo de cartas.

Podiam ser cheios de surpresas e mudar as previsões dos jogos.

- Mais fácil eu crer no sobrenatural do que em espiões de vestidos... – Permitiu-se rir, em seguida bebia de novo, e suspirava, um pedaço de saudades da amiga escapava, vez ou outra. Mesmo mantendo contato com Charlie, Sofia e Hannah, não era como com Paige.

- Minha beleza é dividida com o Mundo nas capas de revista, querido. Mas, única e exclusivamente hoje, com o Senhor e não só estar noite. – Ela também sabe falar, Simon, ainda mais quando quer exaltar algo, como gostar de uma companhia ou de você.

Lionel se aproximava, e ela abraçava, e o deixava se exibir.

- Lionel ele é o pinguim mais sexy que conheço! – Madison largou de Simon um pouco e parou ao lado de Lionel, olhando o mais velho de cima abaixo e falando aquilo, cutucando o mais novo com o cotovelo, como quem quer provocar risos e não mais rixas. Vamos entrar na onda do bom humor, elogiar, e não deixar o clima ficar tenso, porque os dois irmãos adoram se cutucar.

Não sabia da relação de Lionel com as outras namoradas ou ficantes de Simon, mas ela não ia perguntar ou se comparar, seria seu erro.
Gostava do rapaz pelo que ele foi, e pelo que era, e não havia palavra falsa na boca da morena.

- Juro que vou te convencer a gostar de Administração, Lionel. – Riu de novo, e fez timtim na taça dele.

- Que-ri-do... Se o Ethan não está a Madison está, e furo seu sapato com meu salto se você sair girando com duas taças entendeu? – Fez cara feia para ele, com um sorrisinho de canto maroto, até a bronca dela era bonitinha.

- Agora faz favor de tirar uma foto comigo, senão depois você não larga o boy... Alias, se você não estiver amanhã a noite no meu jantar, vai se arrepender, Kurt mais novo. – Ela estenderia a mão com o celular na mão e faria pose para uma selfie com ele.

- Os irmãos devem estar esperando alguma entrada triunfal, antes da condessa, porque se alguém fizer isso antes dela, ela deve jogar o corpo pra debaixo de um dos tapetes e esquecer lá... – Sorria de novo, clima bom, por favor. Estava curiosa quanto a onde Ethan e Hannah estavam, guardava o celular na bolsa de novo.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vestido

Cabelo

Maquiagem

Unhas

E o que eu fiz este tempo todo?
 
EU BEBI.
 
Haja tequila!
 
Mas a vida é assim, quando você não entender nada, não souber o que fazer, você bebe esquece.
 
E pra mim é bem fácil.
 
Então o sábado rendeu bastante, tequila no café da manhã, e tequila no almoço.
 
Mandei o Frodo para Key com um bilhete para ele me encontrar na festa.
 
Porque eu conheço ele, como disse eu leio muito bem as pessoas.
 
E o Key é o cara que se ninguém fizer nada, ele vai se isolar e definhar.
 
Mesmo que eu desenhe, que eu mande o espirito da menina morta voltar e falar pra ele que não foi ele.
 
Ele vai se culpar.
 
Ele vai se culpar até aparecer o verdadeiro culpado.
 
E isto me leva a pensar que com certeza o verdadeiro culpado deve estar com a pulga atrás da orelha.
 
Claro que explodir tudo foi para proteger Key.
 
Mas também para desestabilizar quem está fazendo tudo isto.
 
Afinal dois jogam este jogo.
 
Mesmo ele sendo bem perigoso e me deixando com o COOL na mão.
 
Como eu disse?
 
TEQUILA.
 
Tequila e muito banho de saia para tirar todo o possível stress que a situação possa me causar.
 
Ligo para Sofia e combino nossa chegada triunfal.
 
E me dedico a me arrumar.
 
E bom.
 
Key só eu e você vamos entender o verdadeiro impacto do meu vestido.
 
Aliás de todo o meu figurino.
 
Mas só vou contar quando chegar.
 
No horário marcado. Sofia me encontra no heliporto de um dos hotéis mais caros de Cambridge, e de la partimos para a festa.
 
Enquanto todo mundo chega nos seus carrinhos que valem uma alma.
 
A gente chega no melhor estilo, bagunçando os penteados de todo mundo, fazendo as perucas voar. Os vestidos subirem, todo mundo perder a linha com o barulho do helicóptero.
 
Enquanto a gente brinda e bebe champagne.
 
A minha misturada com tequila claro.
 
Brindamos porque somos uma dupla FODA.
 
Porque mesmo que eu ame muito a B’. A Sofia em pouco tempo se tornou “A MINHA PESSOA”. Então o dia que ela quiser esconder um corpo, me chama!
 
Pra quem já explodiu um barco.
 
O helicóptero pousa e então nos descemos do mesmo, de braços dados, taças na mão, rindo e fingindo que não somos loucas que explodimos um barco e acreditamos em um japonês nerd e 007 que não acredita em si mesmo!
 
YEAH.
 
E como eu vim vestida?
 
Para matar!
 
Ou esconder quem matou!
 
O vestido é da Chanel, como não ia ser? Foi feito sob medida para a herdeirinha. É de um tecido que demarca o corpo sem muita cautela, nada vulgar, mas extremamente cobiçado, denotando as curvas em um decote discreto, embora grande o suficiente para atrair a imaginação. O corte é reto, porém demarcado a cintura, e possui duas longas fendas. E o ambiente da marinha me concede esta liberdade de estilo, ele poderia até lembrar uma saída de praia, se não fosse tão pomposo. As pernas são exibidas sem censura, de coxas grossas e voluptuosas, e estas eu sempre estou exibindo.
 
Se algum dia você me ver de calça. Acredite. Fui possuída, abduzida, ou tenho uma irmã gêmea que não sabia.
 
Eu nasci para o calor, estações quentes, corpo a corpo, e quando está frio eu faço minha própria estação.
 
Estação Sellina, vinga o ano todo como diz B’.
 
Eu não uso muita maquiagem, se tem algo que eu não gosto é disto. Talvez por isto tenha sentido tanto alívio ao largar a carreira e não ter sempre alguém disposto a me tacar pó no rosto.
 
Então nem base eu uso, é a pele natural, levemente morena pelo sol, que é meu melhor amigo. E os olhos ressaltados, e não precisa muito.
 
São olhos felinos, em um tom amarelo esverdeado que você deve jurar que não existe.
 
Mas orna com os lábios carnudos, sempre envoltos em gloss., chamativos. De propósito.
 
Ao pescoço uso um colar Laurence Graff, que embora não seja os distintos diamantes que ele adora assinar, mas ainda assim era uma peça única, que se prendia ao em formato de gargantilha.
 
Os cabelos estavam soltos, escorridos com leves ondas naturais e batiam quase na cintura, estavam bem compridos, e eu não tive tempo de cortá-los, estava ocupada comprando lingerie. Que me leva a lembrar o que estou usando por baixo.
 
E este é um segredo que será revelado ao final da noite.
 
Com certeza.
 
S' ou B2

( Dia anterior )

Tinha saído do depoimento puta da vida. Apenas uma grande perda de tempo.
- Falei que ia ser inútil, mas você se saiu bem… Bela postura…

Sorria de canto. Estava no carro ao lado de Ethan. Seguíamos pro primeiro local. Olhava o grupo criado e franzia o cenho. Não queria saber disso. Nem hoje e nem nunca. Seja lá que merda estiver rolando agora eu não quero saber. Se me atingir que me mate logo porque não aguento mais essa merda. Não quero saber. Então o grupo seria ignorado. Nem visualizaria as mensagens.

Mas agora estava na hora de focar no que importava. E tínhamos muitos assuntos que importavam no momento.

- Uma hora a gente vai ter que falar pra eles… - Falava de forma séria olhando pro Ethan que permanecia focado no trânsito. O silêncio era incômodo, não conseguia imaginar o que estava passando pela cabeça dele.

Claro que tudo seria, mas quando seria essa hora? Provavelmente Lionel já deve tá pirando sem notícias direito dele e com esses sumiços. Tudo bem que tudo parecia mais fácil agora com eles dois dormindo juntos e quanto a mim… Bem, ninguém ligava pra minhas ausências e afins então não tinha o que reclamar.

- Não pense assim… Eu sinto a sua falta… Por isso que estou aqui.

Balançava a cabeça em negativo, mal ouvindo o que Ethan dizia.
Ele parava o carro, eu descia e com o celular em mãos começava a fotografar. - Essa luz tá péssima, mas acho que vão servir.

Não demorava pra voltar pro carro e já partíamos pro próximo local. - E essa festa amanhã? Você vai junto com o pessoal? - Dava de ombros. - Se não se importa, prefiro ir sozinha. Vou evitar ficar muito com vocês pra não ter risco de arrastar o termômetro de vocês pro fundo como o meu.

- Já te falei que podemos fazer esse termômetro subir, mas você não quer me ouvir…

Já no segundo local, descia e tirava mais algumas fotos. - Acho que terminamos por hoje. Vamos aproveitar e ir lá pro apartamento? Não quero voltar pra ZBZ hoje. - Fazia um bico e claro que ele concordava. Desde pequeno ele não conseguia resistir a minha cara fazendo charminho. Seria fácil.

( Dia seguinte )

- Acorda! - Já estava jogando um travesseiro nele esparramado em cima da cama. - Você tem 10 minutos pra engolir um suco e a gente sair. Preciso de um vestido novo e você um smoking porque se vou com você nem a pau você vai repetir um! - Ouvia ele reclamando e jogava outro travesseiro.

Mesmo resmungando muito estávamos voltando pro apartamento cada um com sua nova roupa pra festa e nos arrumamos lá mesmo. Eu trazia duas emblaagens de vestidos. Um que eu tinha escolhido com a ajuda de Ethan e o outro... Bem... Encarava o espelho depois do banho, o cabelo ainda nas dezenas de “bobes” que faziam os cachos perfeitos pra noite.

- Você sabe que precisa de mim pra isso…

- Não, eu não preciso. Consigo fazer isso sozinha.

- Você sabe que não, querida… Porque não me deixa ajudar?

- Sei muito bem onde isso vai dar e é melhor não.

- Não quer fazer o seu termômetro subir? Olha que é fácil… Já te ajudei a escolher o vestido perfeito pra hoje…

- É mesmo… Lindo. - Olhava pro tecido sobre a cama, descendo em cascata pela beirada. - Tudo bem, você venceu.

- Primeiro, vamos mudar essa maquiagem…

Ouvia Ethan batendo na porta do quarto e saía dele usando uma capa sobre o vestido que o ocultava. Via a cara dele reclamando. - Quero fazer uma entrada memorável e uma surpresa pros nossos amiguinhos… - Falava segurando o rosto dele e forçando a boca dele fazer um biquinho. - Agora vamos, não quero chegar atrasada.

O caminho na limusine era silencioso. Via Ethan servindo-se de um Bourbon e estendia outro copo pedindo uma dose também. A tomava lentamente, sentia o amargo descer pela garganta e esquentar. Perfeito.

Ignorava os olhares e caretas do Ethan na minha direção. Agora era o meu momento. Nada ali importava. O caminho era curto, graças aos deuses. Esperava Ethan descer e aceitava a mão dele para acompanhá-lo. Os pés adornados por uma sandália altíssima prateada surgiam primeiro, depois o corpo envolto com a capa. Ficava de pé e esperava alguns segundos até que a atenção de todos estivesse voltada pra mim.

Sim, podia sentir o olhar curioso indo do meu batom até a capa.

O movimento era simples e rápido, como se o tivesse feito sempre durante minha vida.

As mãos soltavam os botões em gestos práticos para em seguida os braços serem abertos o suficiente pro tecido cair por eles e se amontoar no chão atrás de mim.

Que alguém cuidasse disso, não precisava me preocupar com nada.

A postura impecável, a maquiagem imaculada, o cabelo perfeito.

Tudo combinava.

O tom branco do vestido contrastava com minha pele, mais reluzente, macia e atrativa do que nunca.

A fenda que ia até minha coxa logo revelava a pele que ansiava pela exposição.

O corpete era justo, tinha um suporte para manter meus seios perfeitamente alinhados e formar um belo decote. As laterais eram vazadas e cada entrada cercada por diamantes.

As joias combinavam perfeitamente com diamantes em cascata tanto no colar quanto no bracelete.

Olhava pra todos como se eu de fato pertencesse àquele lugar, afinal, eu pertencia. Sorria pra cara embasbacada do Ethan e o toque era suave sob seu queixo para erguê-lo. - Vamos, maninho. - Falava e aceitava o braço que ele oferecia pra seguirem pra dentro da festa.

O tecido esvoaçava ao menor movimento do meu corpo.

Os passos eram firmes e rumava pra dentro da tal festa.

O lugar não me impressionava.

Era apenas mais uma festa.

Vocês se lembram não é? Da última vez em que um vestido branco esvoaçou numa festa.

Do olhar altivo. Da postura impecável.

Nem todos, mas alguns se lembram.

E eu jamais esqueceria.

( Limousine )
( Capa )
( Vestido )
( Cabelo )
( Maquiagem )
( Sandália )
( Joias )

Almoçaram no iate, tomara um pouco de sol e foram procurar um jeito de salvar o amado não oficial da B2. Keysuke você nos deve a alma, porque por sua causa invadimos um perímetro policial de uma cena de crime e desculpa, explodimos seu barco, vai a gente faz uma vaquinha e compra outro, só você passar o SEU PIX.

Passei o restante do dia escolhendo roupas com a Selina, é filha da Chanel, vai me levar em algum lugar exclusivo e vai mandar fazer um vestido divino para mim, sim.

Tem que ter vantagem explodir coisas com os outros, eu posso ser presa hoje a noite, pelo menos quero estar divina e fiquei mesmo, mais do que o normal, claro.

Desculpa, não tenho problema de autoestima, isso é com a Madison, e mesmo com todos os olhares tortos em DUX e na ZBZ, preciso continuar andando firme e forte, e em cima do salto, porque minha mãe me ensinou a não baixar a cabeça, nunca.

Na verdade, em uma ocasião sim, quando estou errada.
E precisei aprender da pior forma possível isso.

Sofia estava contente, o momento era bom, enfim alguma coisa deu certo, e diabos, Key estava solto, não fora ainda provado que ele era inocente, mas era um passo grande, os advogados de Simon conseguiram que ele fosse solto, e até iria para a festa. É por isso que B2 está tão feliz.

Ela feliz, Sofia feliz, só tinha de evitar dela ver Louis cedo na festa.

Tirando isso, tudo estaria bem, a não ser que Angeline a mandasse pastar de novo, ia enfiar alface até no rabo dela.

Iam como?
Em grande estilo, claro.

Selina mandou vir um helicóptero, Deus. E vieram o percurso todo bebendo espumante, champanhe e Sofia, vinho, seu amor eterno.
E água em meio tempo, fez a outra beber água vez ou outra.

Queria ela feliz, contente e nos braços do gato, mas não subindo nas mesas, ao menos não nesta festa, talvez amanhã no Cabeça porque ela convidou a nova amiga para ir também ver o que Madison e Ethan estavam aprontando.

Começariam a semana cansadas de festa, tem melhor jeito?

O bicho alado de metal pousava e elas então desciam vendo saias subirem e gente praguejar, mas de leve, porque o heliporto também não é na entrada da Mansão, que alias é ENORME, big, grande, a porra de uma casa de bonecas descomunal.

- Menina, fazemos uma selfie aqui na frente? – CLARO que iam fazer, com direito a timtim as custas sim da Condessa na frente da Mansão linda, porque era linda sim, não tinha como negar.

- Se a gente ver o KEY entrando todo murcho enganchamos nele e entramos junto, quero ver alguém olhar torto pro menino... – Olhou séria pra outra, mas segurando o riso.

- Juro que solto dele lá dentro e acoberto se vocês forem conversar em algum quarto... – E então sorria bebendo de novo, a taça pela metade, alguém precisa encher isso.

Deitou a cabeça no ombro da amiga por alguns segundos.

- Meu anjo, o histórico de festas em Cambridge não é bom, me promete que me procura ou avisa, se vir algo estranho? Não se perde de mim, tá? Eu cuido de você, B2. – Já ia chamar pelo apelido, olhou em volta para ver se a amiga de anos não estava por perto.

- Não quero levar um vaso na cabeça da sua outra melhor amiga, vai que ela tá aqui... – Fez cara de desconfiada e riu, entravam as duas lindas, e viam um Key cabisbaixo subindo a escada da bela residência.

- Vamos pegar ele, entrar lindamente? – Iam? Apenas se a amiga quisesse. Talvez a energia delas animasse um pouco o rapaz, estavam do lado dele, e ninguém ia apontar dedos esta noite.

Sobre a roupa, o vestido era preto, com uma fenda generosa exibindo a curvatura de leve dos belos seios, mas segura, e nada vulgar, ele se colava ao corpo exibindo plenamente a cintura perfeita da garota, até um pouco abaixo dos joelhos e abria abaixo disso deixando as pernas a mostra. O sapato era preto com uma serpente dourada posta atrás, obviamente de ouro e olhos de rubi. Usava brincos dourados com detalhe em esmeralda. Cabelos presos num penteado comportado, porque em determinada altura da festa eles iam ser soltos.


SAPATO

VESTIDO

VESTIDO INTEIRO

MAQUIAGEM + CABELO

--- Dia Anterior ---

Todo esse interrogatório e só de ver de relance a cara do Castle trazia péssimas lembranças. Difícil manter um bom humor assim, mas lá estávamos nós. Saindo daquele inferno. Mandava mensagem rápida pra Lionel e seguia pro carro com Hannah. Olhava o grupo criado pra troca de mensagens. Minha nossa... Essa coisa toda de novo? Não era possível. Pesquisas e afins. Merda... Isso lembrava o pessoal que eu tinha deixado investigando ainda os atentados do ano passado. Será que tinham novidades? Mandava mensagem pra eles pesquisarem a respeito do nome que foi enviado.

Era o que dava pra fazer por hora. Depois procuraria as meninas pra conversar pessoalmente a respeito. Que história era essa de mal cheiro na ZBZ? Ouvia vagamente a voz da Hannah e olhava de canto pra ela, ainda mantendo a atenção na estrada.

- Quando for a hora certa. - Podia ver os lábios dela se mexendo junto comigo. Ela já sabia que eu diria isso, mas era a verdade. Não adiantava falar nem mostrar nada antes. - Não adianta a gente chegar com isso do nada. Melhor ficar tudo pronto assim evita qualquer problema ou desconfiança. - Olhava de canto pra ela que balançava a cabeça em negativo, mas parece não estar nem aí pro que eu disse.

O resto do caminho era tranquilo. O dia estava perto de acabar, mas ainda assim estacionava na frente do local.

- Vai ficar ótimo. Qualquer coisa editamos depois. - Seguia pro próximo lugar. - Nem a pau você vai sozinha... Não tem pra que isso e você sabe que ninguém tá nem aí pro seu termômetro. Seus amigos de verdade não ligam pra isso, mana. - Falava, mas era fácil ver a descrença no rosto dela. As fotos do segundo local eram tiradas e já dava partida no carro quando a olhava.

- Tá bommmm. Não precisa começar a tremer o bico, minha nossa quanto drama. - Puxava o celular mandando uma mensagem pro Lionel e avisando que o veria no baile.

--- Dia da festa ---

Só lembrava de deitar na cama depois do banho e ter piscado. O dia chegava e eu nem notava, só sentia o travesseiro sendo jogado em cima de mim. - Puta merda, que susto! - Balançava a cabeça sentando na cama.

- Já vou já vou!!! - Não era difícil me ajeitar pra sair, jeans e camisa branca de botões. Tava ótimo. Entrávamos numas cinco lojas até achar a roupa perfeita pra mim e pra ela. Além de um presente pro Lionel. - Você vai ficar linda nesse vestido vermelho! Pode acreditar!

De volta ao apartamento a deixava no quarto com as sacolas e ia também me arrumar, alinhava a barba, colocava o perfume favorito, cabelo ajustado e devidamente no lugar com pomada. Tudo perfeito. O nó da gravata era finalizado com um broche de ônix rodeado com diamantes. A caixa do presente do Lionel ia pro meu bolso e já estava mais do que na hora da Hannah estar pronta também.

Batia na porta e ela abria quase que de imediato, olhava pra cama. - Mas que merda é essa? - Balançava a cabeça negativamente. - Tudo bem então, vamos lá... - Falava puxando o rosto da mão dela. Ficava olhando pra ela durante todo o percurso. Tinha algo errado que ela não conversava comigo.

Essa merda toda estava fedendo. Fedendo demais. Servia uma bela dose de Bourbon e erguia as sobrancelhas pro pedido de dose dela. - Resolveu beber Bourbon agora? - Franzia o cenho e colocava a garrafa de volta no suporte.

Chegava na festa e esperava até a porta da limusine ser aberta pra depois descer. Estendia a mão pra ela e aguardava que ficasse de pé. Quando ela tirava a capa eu não sabia o que dizer. - O que...?

Não era o vestido que tínhamos escolhido. E nem de longe parecia algo que ela escolheria pra ela. Sentia seu toque embaixo do meu queixo e a cara séria era automática. Não dava pra fazer uma cena ali, então estendia educadamente o braço e seguia com ela pra entrada da festa.

( Roupa )

Ah sim, acidente terrível!

Mas ninguém machucado, só o susto mesmo, sabe?

O jeito ácido que você fala, Brigitte, faz a moça soltar-se com mais facilidade de Timonty.

E bom, ir até você.

E como com Tim, invadir seu espaço pessoal, antes que ele a colocasse no banco, passando o braço em seu ombro.

- Por favor, não faça isso... E-Eu peço um carro para você, caso você não possa esperar. Eu sinto muitíssimo... - Ela dizia, conforme soltava um pouco o peso em seus ombros.

O perfume dela era gostoso, Brigitte.

Mas talvez... Doce demais?

- Vocês são irmãos? São parecidos. Ruivos... - Ela dizia, em um tom distante, conforme puxava o próprio celular, abrindo o aplicativo da Uber - Para onde?

Quase ao mesmo tempo, o motorista afastava o ouvido do celular e anunciava - O novo carro chega em vinte minutos, senhores... Mais uma vez, me perdoem... O carro dela entrou com tudo, eu não pude evitar a colisão...

Vocês podem vir vestidos de pomba gira, de red Woman, de mulher fatal, de princesa da Disney, de príncipe, plebeu, podem vir de limosine, de helicóptero de camelo.
 
Afinal foi para isto que eu ainda não dei as caras e deixei vocês terem seus cinco minutos de fama na Festa da Condessa.
 
E não é sobre o tamanho da mansão, é sobre o que ela representa. É sobre a energia que está nestas paredes, regada a sangue real.
 
E não é o meu.
 
Enfim, deixa pra lá, detalhes e letras miúdas de um documento que eu assinei as pressas para comprar este imóvel e realizar a devida reforma antes de chegar em Dux,
 
E sim eu facilmente posso me perder aqui dentro, mas as vezes pode ser útil.
 
Shiiiu.
 
Vocês chegam, se acomodam, logo são servidos, logo são tratados como reis e rainhas, príncipes e princesas, como cinderelas que todo mundo sabe que o encanto só dura até meia noite.
 
Bla bla bla.
 
A musica classica torna o ambiente ainda mais tranquilo, dando o ar e a polpa que um evento da realeza deve ter, o som das conversas e risadas é abafado e todos podem ter suas devidas privacidades.

Tudo muito calmo e tranquilo...
 
- Onde está aquele mentecapto...?
 
Digo irritada.
 
Falando no ponto com a organizadora do evento que diz que não encontrou Damien.
 
Ele ainda não chegou ?
 
Ou ele não vai vir?
 
Para me afrontar?
 
Para me irritar?...
 
Desgraçado.
 
Fecho os punhos no corredor que dá entrada ao belíssimo Camarote principal, e então me viro para um dos empregados.
 
- Me consiga um par de almofadas! AGORA!
 
Ele, olha para os seguranças e os outros empregados, sem entender, mas ele já corre antes de ouvir o “AGORA”. Ele entra correndo em um quarto qualquer e logo retorna a mim com duas almofadas de seda em cor vermelha, me estendendo ambas.
 
Eu apanho uma delas, e a acomodo no meu rosto, em leve pressão, e então abafo primeiro grito, chegando a reclinar o tronco, de tanta força que grito abafado.
 
Em seguida ergo o rosto, e entrego a almofada para ele, e não tem qualquer mancha de maquiagem, eu só uso coisas de qualidades, coisas tão únicas e raras, que ainda não chegou na lojinha de bairro que você frequente e acha que te da algum diferencial.
 
E então apanho a outra almofadas, e logo a coloco ao rosto, e grito, desta vez com menos força, entregando a ele.
 
- Obrigada...
 
Digo em tom neutro, enquanto me aproximo de um espelho amplo que toma toda a lateral do corredor dos Camarins, e então ajeito de leve a tiara de brilhante as minha cabeça, erguendo o rosto e me encarando.
 
- Eu me basto....
 
Digo, enquanto apanho a cauda do meu vestido, e a joga ao ar, deixando os brilhantes brincarem com a gravidade, e a estendendo pelo corredor, enquanto caminho na direção da entrada do Camarote.
 
Os empregados abrem a porta dupla, e eu finalmente passo pela mesma.
 
Enquanto o som começa a ir diminuindo, e as luzes brincam ao ar e logo focam o Camarote anunciando o que está por vir.
 
Acomodo de modo delicado as mãos sobre o parapeito da varanda do Camarote, e elas chamam a atenção, vestem luvas de renda em tom negro, que não combina com o vestido.
 
Que é um rose com dourado que em nada se assemelha a qualquer cor que possa existir ou desfilar no ambiente.
 
O vestido tem um caimento único. E a forma como meu rosto se ergue e meus ombros se alinham me dão um ar ainda mais imponente.
 
Maior.
 
Pareço até mais alta.
 
Pareço gigante enquanto vocês se tornam pequenas formiguinhas espalhadas pelo salão.
 
O vestido tem um tecido que se assemelha a uma renda, mas não é, ele envolve-se em voal perdendo o vicio da transparência, mas dando a ilusão que ela existe.
 
O mesmo é um modelo tomara que caia, mas o veu que passa pelo ombro, dando o ar Imperial, tira o modelo dele e dá um estilo único. O vestido desce completamente colado ao corpo, demarcando a cintura, e se abre em um fenda que se perde entre renda e voal. Deixando minha perna completamente a mostra.
 
Mostrando a sandália de salto agulha, que se prende em tiras de ouro e brilhantes pela minha canela, pedras de rubi ornam o contorno da mesma.
 
Os cabelos estão presos em um rabo de cavalo diferenciado, de modo que eles se abrem e caem escorridos pelas costas nuas pelo decote do vestido, e se prendem em uma belíssima tiara de brilhantes. A maquiagem chama a atenção para os olhos imensamente azuis.
 
Angel

Luvas
 
Por um momento eu pareço encara-los, como se não fosse dar o prazer de minha voz a vocês.
 
E as luvas não combinavam com o vestido.
 
Era evidente.
 
Embora amanhã muitas garotas estariam usando luvas negras com vestido rose, ou vice e versa.
 
Mas esta é a primeira e única pista do que espera vocês ao longo da noite.
 
Nada é por acaso comigo.
 
Suspiro fundo e finalmente eu abro um sorriso amigável para vocês.
 
Até mesmo meigo.

Meiga

Nem parece que sou uma Megera.
 
E que tenho intenções perversas.
 
E que esta festa é puro interesse.
 
E que vou usar todos vocês.
 
Ah.
 
- Boa noite....
 
Digo, enquanto aperto de leve as mãos ao beiral, e reclino o corpo de leve, deixando vocês verem ainda mais de mim.
 
O Camarote é acima de qualquer outro local da festa que possa ter pessoas, e em torno do mesmo se estende um tecido como uma cortina de seda dourada.
 
- Esta é uma grande noite. Não somente para mim....
 
Pauso, deixando um leve suspense tomar conta de vocês, enquanto passo a caminhar pelo Camarote, deslizando a mão pelo beiral, de modo a ver a forma como vocês me seguem.
 
Onde eu for...
 
- Para todos nós. Não somente porque vocês estão tendo o privilegio de participar de uma festa dada por mim, claro....
 
Levo a mão ao peito de leve, como me acusando de ser perfeita, e dou uma risada, e muito de vocês riem.
 
Porque eu estou brincando.
 
Só que não.
 
- Fato é que desde que cheguei em Duxhill..
 
Sacudo a mão ao ar.
 
- E este evento não é de Duxhill, não é sobre Duxhill, não é para Duxhill. Mas....
 
Giro o dedo ao ar junto com o corpo, passando a caminhar ao outro extremo do Camarote.
 
- Mas é com as pessoas de Duxhill....
 
Paro então e me viro para vocês.
 
- Não que não seja necessário ensejar o status e o privilégio de estudar nesta Universidade, mas a vida não pode ser somente isto.
 
Fecho o sorriso e olho vocês de modo mais sério.
 
- Desde que cheguei em Duxhill, eu percebi que o local tem uma tendência de rebaixar as mulheres e enobrecer os homens. Que uma mesma atitude tem dois tipos de julgamentos....
 
Dou de ombros.
 
- E muitas vezes somos levados a acreditar que nada mais existe, e que nada mais podemos ser.
 
Giro de novo o corpo.
 
- Eu discordo......
 
Paro e novamente me viro, chamando a atenção de vocês.
 
E eu não sou boa no social.
 
Mas meu mental vai ter que dar conta.
 
Vocês podem me odiar.
 
Mas no fundo estão me ouvindo.
 
E absorvendo tudo.
 
- Eu não estou desafiando o sistema. Longe de mim, sou parte dele. Sou casta como toda garota de Duxhill deveria ser...- abro aquele sorriso debochado, como se eu não fosse e pudesse enganar todos vocês.
 
- E eu não vim propor uma revolução ou uma guerra. – reviro os olhos.
 
- Eu vim apenas dizer que nós, ZBZs e acima disto. Mulheres. Não temos que ser acessórios dos Omegas. E nem de homem algum. 
 
Aperto novamente o beiral do Camarote.
 
- É claro que você vai sofrer a consequência de sua escolha. Eu não escolhi ser simpática, e por tal certamente vejo daqui de cima como alguns rostinhos de contorcem quando eu dou o ar da minha graça.
 
O sorriso fica mais amplo.
 
- Mas não é sobre o que as pessoas querem que você seja, é sobre faze-las aceitar quem você é, e vocês descobrir como vai brilhar em meio a suas escolhas...
 
Fico mais séria.
 
- Então eu realmente não odeio ninguém! Eu mal conheço vocês....
 
Passo de leve a língua aos lábios.
 
Claro que alguns de vocês já tem de mim nada mais do que merecem...
 
Olho em especial ao grupo de vocês.
 
E bom. Vocês sabem quem tem o que.
 
- Mas esta festa não é sobre revolução, sobre revolta, sobre guerra, sobre impor ou sobre desafiar. Esta festa é sobre mostrar. Vocês ZBZs, podem ser o que bem entenderem. Vocês podem ser boas, de verdade, mesmo que pra isto sejam provadas todo dia com o mundo dizendo que não vale a pena ser. Ou vocês podem ser más ou podem ser atiradas, e podem ser tudo que dizem para não ser. Mesmo que todos os dias o mundo diga o quanto vocês estão erradas. Vocês só precisam se provar, todo dia.
 
Estendo a mão e aponto para todos lá embaixo.
 
- Todo santo dia.....
 
E então o sorriso se abre mais amplo, sem dar todo o peso das palavras.
 
- E vocês também pode vir de uma origem humilde. O mundo pode dizer que você é transparente. Que você não brilha suficiente, que você não pertence a este ou aquele lugar. E você pode simplesmente calar o mundo todo enquanto canta em uma das Festas de maior prestigio e visibilidade que este lugar já viu.
 
Volto os olhos a um canto especifico do salão, onde as luzes já começam a oscilar.
 
- Com vocês, Brigitte Connor....
 
Estendo então a mão anunciando a ruiva.


Camarote

Desculpa Tim mas todos vez que começamos a nós entender acontece alguma merda, deu para perceber? Era como se o universo ou algo do tipo estivesse conspirando para ferrar nossa relação de vez.

Acidente? Vamos começar por aqui. Como diabos um carro atinge outro assim que vinha tão devagar, de frente em linha reta praticamente.

Ela era desconfiada, ficou mais depois do episódio no bosque.

Não costumava confiar de cara, e não acreditava em cara de pena ou meninas passando mal e se jogando nos braços dos outros, para em seguida oferecerem ajuda.

Não estava sangrando, não estava com batida alguma no corpo ou cabeça, nada.

- Você estava com pressa, não? Que bom que não pegou no meio, atingiria a gente, assim apenas nos atrasou. - Era complicado ver Brigitte falando daquele jeito, porque ela costuma ser gentil e tenaz.

Virou-se para o motorista mudando o comportamento.

-  Senhor não se preocupe, se precisrtmeu primo paga o estrago, ele não vai deixar que descontem nada do seu pagamento. De verdade, acalme-se.  .

A outra vinha e se pendurava nela, percebendo seu tom de voz.

- Moça, me desculpa mas não posso amassar meu vestido, e seu perfume vai me dar alergia... Fica com meu primo que ele te ajuda... - Levou ela até o carro, se quisesse se apoiar em Tim, ok. Ou sentar, tudo bem.

Mas, não a queria perto.
Loira com sangue, estripada, um banho de sangue.

- Somos primos, mas distantes, nossas mães são primas de segundo grau na verdade. Puxados a genética dos vermelhos... - Sorriu de leve para Tim. Queria sair dali, queria chegar em tempo.

Onde diabos estava seu carro?
Faltavam trinta minutos ainda.
Deus.

- Como é seu nome? Se importa se meu primo testar o motor do seu jipe e nos levar pra um lugar? Depois disso vocês vão pro hospital ou chamamos ambulância de lá, tudo bem palra você? - Era uma cartada, ou ia continuar testando o lyft.

Adendo.

- Oh bonitão! Espera aí! - Ela literalmente arrastava Selina junto com ela, a puxando para caminhar mais rápido, acenando para Key.

E não adiantava ele fingir que não as conhecia, ela entendia plenamente que ele deveria querer sumir, mas elas iam fazer ele entender que não fez nada.

- Keysuke   , tenho que te apresentar uma Bond girl. - Ela quase jogava Selina na frente dele.

Ficava séria, tirando o sorriso do rosto.

- Por favor, me desculpa pelo seu pertence... De verdade. A gente só quis cuidar de você.- Sinceridade, Key. Vindo da Sofia era um grande presente. Nem havia maldade nas palavras. Exagero, ela nem era uma pessoa ruim, apenas fazia as coisas fora do padrão em Dux.

- Nossos amigos convenceram essa mocrda sua inocência e vamos provar que você não fez nada, de verdade. Sei que deve estar se sentindo um lixo... Já estive no seu lugar. Sei como é. - Não foi acusada de matar ninguém, mas se matou ali dentro de muitas formas, e sabia como era ter dedos apontadas.

- Todos estão dando um jeito de cuidar de você, mas precisamos que confie em nós, acima de todos, nela... E assim como ela teve, vai ter que ter a mente bem aberta, Key. Diz é um portal pro inferno. Quase que literalmente.  - Deu um empurranzinho em Selina pro lado dele.

- Gostaria de te convidar a entrar com as duas mascotes da ZbZ nessa festa linda, para tentar espantar um pouco dessa nuvem carregada e cheia de raios que tá rondando sua cabeça. - Ela fingiu espantar algo acima da cabeca dele. Brincando.

Se ele aceitasse ela encaixaria no braço direito dele e Selina no esquerdo, porque é o só coração.

A paz estava longe e pelo que estou vendo vai continuar por muito mais tempo. Esse lugar parece um mini inferno particular onde a gente resolve uma merda e vem mais 10 pra te soterrar.

Essa jogadinha pra cima de mim? Qualé, garota... Mal a amparava e a via ir na direção da Bri. Franzia o cenho e ficava com as mãos próximas caso a loira caísse.

Bastava a Bri se esquivar e dar as desculpas pra eu intervir sem deixar que a loira chegasse perto direito dela e segurava a loira a guiando novamente a apoiando por baixo do braço e a levando pra o banco da limusine.

- Infelizmente estávamos indo pra um compromisso importante, mas não se preocupe que resolvemos. - Não me dava ao trabalho de explicar quem éramos pra ela e olhava pra Bri balançando a cabeça negativamente. Nada de revelar pra onde vamos. Vai que essa doida surta e resolve ir com a gente?

Olhava melhor pra batida, vendo como estavam a situação dos carros assim como ter uma ideia de como aconteceu. Não queria desconfiar, não queria mesmo, mas como não? A limusine estava em velocidade padrão pro tráfego e ainda um pouco mais lenda por ser um carro grande.

- Não se preocupe, senhor... Sério. A gente resolve, mas verifique até mesmo se tem algum helicóptero disponível pra vir buscar... O preço que for. - Tateava o celular em busca de telefones e achava locadora de carro, verificando a mais próxima e solicitando um com extrema urgência e bonificação extra a cada minuto reduzido de 20 minutos. O tal do foda era rico mesmo e eu usaria isso a meu favor.

Ouvia a coisa toda do jipe e era uma ideia. Olhava o estrago que tinha sido feito no automóvel. - Vou testar... Pode me dar as chaves? - Olhava rápido pra loira apenas confirmando e estendia a mão esperando. Eu nem lembrava de perguntar o nome dela ou do motorista agora.- Senhor... Pode ficar fazendo companhia pra ela, por favor? Ela não parece muito bem pra ficar sozinha. - Pedia ao motorista enquanto aguardava a loira entregar a chave ou falar que está na ignição talvez.

- Pressa? Não, podemos... Ficar aqui e conversar, o que acham? - Ela perguntava, ainda tentando grudar em você, Brigitte.

Ela ia seguindo ao carro, até ouvir Tim pedir um helicóptero - Meu Deus! - Repentinamente a tontura dela sumia e ela parecia ganhar vida, Brigitte.

Em um golpe rápido, ela tentava apanhar seu celular e correr na direção de Tim, para apanhar o celular dele também.

Caso conseguisse, ou não, ela só sairia correndo, gritando um - DESCULPEM!!

As chaves não estavam no contato, Tim.

Claro que não.

Loira Maluca - Furtar os celulares - Dificuldade 6

O membro 'Apoio Mestre' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'D10' :

Resultado : 3, 1